quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pimenteiro “Coelho” – SP Coimbra




Peça de porcelana moldada e relevada, representando a figura de um coelho estilizado ao gosto art déco. Serviria como pimenteiro ou saleiro. As formas circulares que compõem corpo e cabeça, são de cor branca com filetes e apontamentos a vermelho e pupilas a preto, sendo o dorso perfurado. A estas formas apuseram-se cauda, orelhas e patas curvas, sendo as primeiras a vermelho e as últimas a amarelo. Na base, onde se encontra a abertura que levaria a rolha, tem carimbo preto S.P.
Data: c. 1935
Dimensões: comp. c. 7 cm x alt. c. 5,5 cm x larg. 2 cm

Esta pequena e simpática figura de coelho, que cremos pouco vulgar na produção nacional, fará parte de um conjunto de peças de temática zoomórfica, estilizadas de cor branca e cores fortes contrastantes, que a então já denominada Sociedade de Porcelanas de Coimbra terá editado nos anos 30. São peças alegres, um tanto infantis, modernas e optimistas. Trata-se, aliás, de objectos comuns a toda a Europa da época. São disso exemplo os animais de Édouard-Marcel Sandoz (1881 – 1971), criados maioritariamente ainda durante a I Guerra Mundial que vão ter um sucesso enorme na década seguinte, produzidas pela Manufactura Théodore Haviland de Limoges, ou as edições de Robj ou de Aladin. Isto só para citar alguns franceses mais conhecidos, para não falar das produções da Europa Central e de tantas outras.
Os bonecos de Sandoz, por exemplo, foram amplamente comercializados em Portugal por ourivesarias que, para os poderem vender, lhes apunham elementos de prata. Alguns modelos também foram reproduzidos pela Vista Alegre. Teremos oportunidade de exemplificar ambas as situações com peças das nossas colecções.


A propósito da série de animais da S.P. Coimbra, apresentamos também um mealheiro, em forma de galinha, que não chegámos a adquirir dado o excessivo preço pedido. Por vezes, os nossos vendedores de velharias exageram. Encontrámos mais tarde na net a imagem de um deles. Esta, uma peça claramente destinada a crianças, veicula uma ideia de austeridade e poupança muito querida à mentalidade salazarista, expressa no ditado popular “de grão a grão enche a galinha o papo”.

Sem comentários: