Tardava uma exposição sobre Art Déco em Portugal. Agora que vai passando o
deslumbramento pelo design, que
muitos à boca pequena dizem não suportar, começava a ser escandaloso o
esquecimento de um período de mais de 30 anos que, de certa forma, moldou a
paisagem urbana e o gosto estético no país. Era um desejo antigo, que já vinha
dos anos 80 do século passado, e que agora, felizmente, se realiza. Esperemos
que esta exposição seja apenas o princípio de um estudo mais aprofundado e
abrangente do estilo dentro de um contexto internacional.
Escultura de terracota, à cor natural, representando
um busto de sátiro num êxtase sorridente e sensual. A figura mitológica, com barba e cabelo estilizados, remete para a Antiguidade Greco-Romana reinterpretada ao gosto art déco. Embora não assinada, é de Ernesto
Canto da Maia (ou Maya) (1890-1981)
e provém da colecção da família do escultor.
Data: c. 1930Dimensões: alt. 21 cm x comp. 14 cm x larg. 14 cm
Trata-se do estudo para a obra final de cimento (ver fotografia a preto e branco), destinada a decoração de jardim, cujo busto, com as dimensões alt. 39 cm x comp. 33 cm x larg. 33 cm assenta sobre plinto com 137 cm de altura.
Escolhemos esta peça porque consideramos serem Canto
da Maia e Almada Negreiros os expoentes máximos do estilo em Portugal. Esperamos
voltar ao assunto.
Após a exposição « Art Déco 1910-1939» realizada em Londres, em 2003, no Victoria and
Albert Museum, o estilo sofre nova revalorização e fortalecem-se, a nível
mundial, rotas do Art Déco que são fonte
de rendimento graças aos importantes fluxos turísticos que potenciam.