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sábado, 5 de maio de 2012

Velador-perfumador art déco “Pierrot” - A. L. Limoges - França




Velador-perfumador de porcelana moldada, de cor branca, com apontamentos a azul e ouro, em forma de Pierrot ajoelhado, estilizado ao gosto art déco, com taça (perfumador) nas mãos em jeito de oferenda. Gorro, punhos e bainhas reviradas a azul claro, e taça, botões e ondulado da gola a ouro. Na base, carimbos a preto, A. L. Made in France, sob a perna esquerda e Modèle déposé, sob a perna direita. Tem instalação eléctrica completa de origem, com pêra de madeira.
Data: c. 1930
Dimensões: alt. 16 cm



Falta a esta peça, que corresponderá ao modelo nº 582, a tampa da taça. Este modelo de Pierrot ajoelhado foi fabricado para outros usos, caso da versão tinteiro, que se distingue da versão velador por não ser electrificado, pela forma da taça, onde encaixa um godet, sobre o qual assenta uma tampa, e pela presença de um pequeno furo para colocar a pena de escrever.

Conhecemos um exemplar que porta a assinatura de Charles Serpaut, que, cremos, tenha sido o autor da peça. Contudo, não sabemos se este modelo se inspirou no, ou deu origem ao, Pierrot editado pela Rosenthal, peça com 17 cm de altura, e cuja imagem também aqui se mostra.

A sigla A. L., que tantas vezes nos aparece, erroneamente, como sendo Aladin, corresponde a uma fábrica de porcelana e atelier de decoração, de Limoges, de Alfred Lanternier. Aliás, esta manufactura, de facto, fabricou peças para outros editores, caso da Aladin, assim como para Robj, por exemplo, o que terá dado azo a esta ideia tão difundida.
Foi a propósito de uma peça editada por Aladin que já aqui escrevemos sobre veladores-perfumadores, em que a luz acesa dentro da peça aquece lentamente o perfume (ou óleo perfumado) que se coloca no recipiente.



Com antecedentes que remontam a 1857, quando François Frédéric Lanternier inicia negócios relacionados com a exportação de porcelana local, a sociedade Alfred Lanternier & Cª foi criada em 1890, em Limoges, por aquele e seu filho Alfred (1859-1932)De 1887 a 1881 Alfred já tinha trabalhado em Inglaterra e tornado representante da Wedgwood para a Europa continental. Em 1914, Alfred associa-se ao cunhado, e cria a A. Lanternier & Cª, fabricando exclusivamente cabeças de bonecas, passando depois do fim da I Grande Guerra a fabricar porcelana utilitária e decorativa. A firma, em 1960, passa a integrar a empresa limosina Gerard, Dufraiss & Abot (GDA).

Já por diversas vezes nos referimos ao historial que as peças sempre transportam. Por vezes, algumas testemunham de forma directa um pouco desse passado, trazendo-nos informações objectivas de factos que acabam por esconder mais do que revelam. É o caso desta peça que apresenta na base, escrito à mão, a lápis, 24/2/932, talvez a data em que o que primeiro proprietário a adquiriu, pelo que acrescentámos, também a lápis, a data 18/12/1998 em que a adquirimos nós, em Lisboa, na Feira da Ladra. Parecendo levantar um véu, criou-se e adensou-se o mistério. Quem a comprou, porque a comprou, onde a comprou? Porque assentou a data? No futuro, se alguém a voltar a comprar, o que pensará das duas datas escritas à mão que passaram a integrá-la?

Francamente, gostamos das peças com história!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Velador-perfumador Art Déco “Pombo” – Aladin - França




Peça de porcelana moldada e relevada em forma de pombo estilizado dentro da gramática Art Déco. Corpo do animal vidrado a branco com realces pintados à mão, a encarnado e apontamentos a preto nos olhos. Assenta sobre base escalonada preta com realces a encarnado, com pequena concavidade para perfume. Impresso na pasta, na lateral da base, o nome H. Mercier. No interior, pintado à mão, a castanho, Aladin – Made in France
Data: c. 1925
Dimensões: alt. c. 17,5 cm

Eis um dos casos, como já aqui tivemos oportunidade de falar, de velador que acumula a função de perfumador. O calor gerado pela lâmpada aquecia o líquido odorífico que, colocado no local próprio, lentamente se evaporava perfumando o ambiente.

Sobre o escultor da peça pouco sabemos. As referências são escassas e apenas conseguimos apurar que Henri Mercier (1870-1959) também trabalhou para Almeric Walter (1870- 1959), produtor de objectos decorativos em pasta de vidro. Será coincidência as datas de nascimento e morte ou erro das nossas fontes?



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Floreira art déco de Pierre Traverse para a Aladin - França



Peça de porcelana moldada e relevada, policroma, em que quatro personagens, estilizadas ao gosto do alto art déco de inspiração setecentista, duas damas e dois cupidos alados, de mãos dadas formam uma roda oblonga. Na saia rodada de uma das personagens femininas a marca do seu criador, P. Traverse inscrito num rectângulo. Na base, escrito à mão, Aladin e Made in France, também ambos inscritos em rectângulos.
Data: c. 1925
Dimensões: alt. 24.1 cm x comp. 25.4 cm x larg. 14.6 cm


Adquirida em Maio de1994 num antiquário de Lisboa, esta será uma peça que se pode dizer muito viajada. Criada em França pelo escultor Pierre Traverse, por volta de 1920-25, e produzida pela firma Aladin-France ou Aladin-Luxe, que fazia fabricar os seus artigos de porcelana em Limoges, destinar-se-ia à Argentina, num período em que este país era um dos mais ricos do mundo. Temos notícia de que era comercializada na elegante loja de presentes “Los Gobelinos”, em Buenos Aires, dado conhecemos exemplares que, para além das marcas que este exibe, também tinham escrito o nome da loja. Sabemos também que foi nesse país adquirida por um coleccionador brasileiro e, vendida no Brasil, por volta de 1980-90, ao antiquário a quem a adquirimos.

Parte do encanto de um objecto coleccionado está associado ao conhecimento da sua história. Dos proprietários que teve, aos lugares por onde passou até ao momento presente. Da circulação por diversas mãos e territórios até vir parar à nossa posse, questionamo-nos, fascinados, acerca da transitoriedade e da efemeridade dos seus sucessivos donos que, como elos de uma cadeia, o vão salvaguardando para o legar às gerações futuras. Na sua fragilidade, o objecto acaba por ser mais duradouro que os seus possuidores. Até um dia.




A casa Aladin editou uma vasta gama de refinados objectos decorativos de luxo tanto de porcelana como de faiança, incluindo craquelé, durante os anos 20 e 30 do século XX, com destaque para vários modelos de figuras femininas muito características criados pelo escultor francês, Pierre Traverse (1892-1979).
Discípulo do escultor Injalbert, este artista executou desde grandes e monumentais esculturas a pequenas figuras estilizadas em vários materiais. Em 1921 foi galardoado com uma medalha de prata no Salon des Artistes Français, que dois anos depois lhe haveria de atribuir uma bolsa de viagem. Em 1926 receberia a medalha de ouro e em 1942 a medalha de honra. Expôs também nos Salons d’Automne e nos Salons des Artistes Décorateurs. Membro dos grupos La Stèle e L’Evolution, expôs com estes no Pavilhão da Goldscheider na Exposição das Artes Decorativas e Industriais de 1925.
Na Exposição Internacionnal de Paris de 1937 recebeu o diploma de honra. Daí parte das monumentais esculturas que decoram o jardim do Trocadero, frente à Torre Eiffel serem da sua autoria. Expôs ainda em Londres, Nova Iorque, etc.