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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Jarra nº 542 – Denbac - França


Jarra art déco de grés moldado, em forma de balaústre, de cor verde-bronze não uniforme, com escorridos a partir do bocal em tons de castanho. Bojo redondo mas que se torna hexagonal na parte superior ressaltando ligeiramente de modo a formar o bocal sextavado. Pé saliente circular, assente sobre base hexagonal, com reforços cónicos embebidos a partir dos vértices do hexágono. No fundo da base é pouco perceptível a marca incisa (Denbac) coberta na sua quase totalidade pelo esmalte.
Data: c.1925-30
Dimensões: Alt. c. 26 cm

Trata-se de um modelo do período geométrico art déco, a forma n° 542 do catálogo da fábrica Denbac, em Vierzon.

A versão cromática deste exemplar acentua mais uma vez a ideia de que estamos perante um objecto de metal remetendo, sobretudo no desenho da base, para uma estética industrial. Esta tendência parece ser muito comum a partir dos anos 20 na produção da Denbac, substituindo paulatinamente as formas biomórficas anteriores da gramática Arte Nova, embora estas perdurem no catálogo da fábrica e continuem a ter sucesso até ao seu encerramento em 1952.


domingo, 6 de dezembro de 2015

Jarra art déco Denbac forma nº 411 – França


Este modelo 411 de jarra art déco, de grés, com relevos em forma de cabochão, em duas dimensões distintas intercalados, já aqui foi apresentado numa outra variante cromática e com aplicação de armação metálica em 29 de Março de 2013. Todavia, e como então referimos, a sua leitura é, sem dúvida, muito diferente, não só porque se esvanece a lembrança do vidro soprado que os cabochões sugeriam na versão com armação metálica, como a própria cor, um verde-azulado forte brilhante, com escorrências mate castanhas mosqueadas a partir do bocal, que, em contacto com o esmalte brilhante adquire uma leitura de palhetas douradas, lhe confere uma identidade muito distinta.
No fundo da base, aparentemente sem marca dada a espessura do esmalte, as ténues incisões permitem-nos adivinhar que o que está impresso na pasta é, certamente, «Denbac» e «411».
Dimensões: Alt. 22 cm
Data: c.1925-30



É por se tornarem objectos tão distintos consoante as cores ou variantes decorativas que, enquanto colecionadores quase compulsivos (rimo-nos, mas é assunto sério, garantimos-vos), gostamos de ter vários exemplares das mesmas formas, sempre que possível. Com as consequências nefastas relativamente ao espaço e aos gastos, claro. Mas não vale a pena contrariarmo-nos, até porque nos divertimos na descoberta de cada pequena diferença…


Que pensariam o ceramista René Denert, que fundou, em 1908, o atelier cerâmico em Vierzon, e o seu sócio, a partir de 1910, René Louis Balichon, cuja junção de nomes gerou «Denbac» que baptizou a firma, como já escrevemos, ao saber que em pleno século XXI haveria em Portugal uns fanáticos que na sua colecção de cerâmica da primeira metade de Novecentos também decidiram incluir obras suas? E isto apesar da produção dos modelos que foram concebendo ter continuado até 1952 (evitar comprar modelos art nouveau se o fundo da base for esmaltado, porque demasiado tardios – a coisa é menos grave para os modelos art déco – mas daí também o baixo custo da maioria das peças).

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Jarra art déco modelo nº 557 - Denbac – França


Mais uma peça do período geométrico art déco da fábrica francesa Denbac, de René Denert e René Louis Balichon, em Vierzon.




Trata-se de uma jarra de grés moldado de forma ovoide decaédrica encaixada num suporte, lembrando uma lira, com pé rectangular. O recipiente é revestido de vidrado transparente azul alilazado sobre o acastanhado-base, brilhante, com escorrências a partir do bocal, a verde-seco azeitonado mate, que arrastam o azul, O pé é da mesma cor verde mate. No fundo da base, inscrito na pasta, «Denbac» e «557» (número da forma).
Data: c.1930
Dimensões: Alt. 15 cm x larg. 14,5 cm



domingo, 22 de setembro de 2013

Jarra art déco modelo nº 520 - Denbac – França


Jarra art déco de grés moldado, de forma quadrilobada assente sobre pé cruciforme saliente, de onde parte a estrutura de “suporte” onde encaixa o vaso. A cor mate acastanhada, com escorrências esverdeadas e arroxeadas a partir do bordo, confere-lhe uma aparência metálica. No fundo da base, inscrito na pasta, 520 (número de forma) e Denbac.
Data: c.1930-35
Dimensões: Alt. 18,5 cm
 


Da produção Denbac que possuímos, gostamos particularmente desta peça que, quer pela forma quer pelo tratamento dos esmaltes e cor, nos remete para outra função e material que não a jarra ou o grés. Também a espessura das suas paredes finas contribuem para essa ilusão. Ganha contornos de recipiente industrial, integrado num qualquer complexo fabril, quiçá uma siderurgia, feito de ferro ferruginoso (ou cobre), cujas escorrências  ainda acentuam mais a estética de uma peça típica de “l’âge de la machine”. Assim, foge ao mero decorativismo do Art Déco, onde se insere pelo lado modernista, pelo geometrismo, pelo despojamento e mecanização das formas, e está perfeitamente integrada na época em que foi criada, por contraponto aos modelos Arte Nova que Denbac vai continuando a produzir com grande aceitação junto de uma determinada clientela de gosto conservador.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Jarra art déco Denbac nº 411, com armação metálica – França





Jarra art déco de grés moldado de forma ovoide com relevos em cabochão, de duas dimensões distintas e dispostos alternadamente, na vertical, cingindo o bojo. Esmaltada com escorridos em tons de terra castanhos-claro que lhe conferem uma textura visual próxima do couro. Recebeu uma armação de metal forjado em «peau de serpent» que, cintando o bojo, envolve, realçando-lhes a forma e o volume, os cabochões de maiores dimensões. No fundo da base, impresso na pasta, 411.
Dimensões: Alt. 22 cm
Data: c.1925-30
 

Embora não identificada, trata-se de uma jarra da fábrica francesa Denbac, de que já tivemos oportunidade de escrever a propósito de peças dentro da gramática Art Nouveau, um pouco tardia, que caracterizou a primeira fase de produção desta empresa de René Denert e René Louis Balichon em Vierzon. O modelo nº 411 que hoje apresentamos nada tem da estética de inícios do século, inserindo-se no contexto da produção art déco que terá tido menor expressão nas realizações da fábrica mas mais consentânea com o gosto então vigente.


Estamos em crer que aplicações metálicas do género não sejam frequentes na produção Denbac, pelo que se tratará provavelmente de uma série limitada. Graças a um exemplar idêntico que encontrámos à venda, quiçá o par desta, ficámos a saber que a aplicação metálica foi executada por “Val” (empresa ou artesão?). Aliás, este tipo de armação metálica é mais frequente aparecer associado a peças de vidro soprado, de que os cabochões salientes nesta jarra serão uma lembrança.

A leitura da peça com o metal é radicalmente diferente da do mesmo modelo sem essa montagem, como haveremos de mostrar.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Jarra Arte Nova Denbac nº 88- França




Jarra Arte Nova de grés moldado, em forma de balaústre com relevos orgânicos. Do bojo emergem lateralmente caules curvilíneos que se elevam formando duas asas subindo acima do bocal onde se dissolvem. Ramos secundários, mais finos, emergem também do bojo explodindo em bagas redondas que complementam as asas. A peça, esmaltada a mate num tom acastanhado de terra, recebeu esmaltes a meio-brilho, em tons de terra argilosa que escorreram livremente a partir do bocal. No fundo da base, inscrito na pasta 88 e Denbac.
Data: c. 1910
Dimensões: c. 28,3 cm alt


Trata-se da forma 88 da série de peças Arte Nova criadas pela Denbac, cujas sugestões vegetalistas lhe conferem grande plasticidade, na linha da peça anteriormente mostrada. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Jarra Arte Nova Denbac nº 11- França


Jarra de grés moldado, piriforme, de gargalo alto e estreito em cujo topo emergem tenuemente relevos orgânicos que, acompanhando as escorrências dos próprios esmaltes, em diferentes tons de terras acastanhados, escorrem ganhando volume, destacando-se do corpo da peça formando, assim, quatro pequenas asas curvas, exteriormente angulosas, que no bojo se voltam a dissolver em sugestões curvilíneas vegetalistas que se entrelaçam, deixando entrever de permeio granulosas sementes ou frutos. No fundo da base, inscrito na pasta 11. Denbac
Data: c. 1910
Dimensões: Alt. c. 25, 5 cm


Na organicidade plástica da peça encontramos eco das criações de Hector Guimard. Uma sugestão de vegetação devoradora que tudo envolve e asfixia, selvagem e ameaçadora. Daí um dos seus fascínios. Esta foi a primeira que comprámos, em 2007, curiosamente na Alemanha. Hoje possuímos um pequeno núcleo de peças produzidas entre cerca de 1910 e 1935. As datações são mais ou menos aproximadas. O exemplar que mostramos será dos primeiros se tivermos em consideração a numeração presente que a identifica.


O ceramista René Denert (1872-1937) fundou em Vierzon, um atelier cerâmico, em 1908. No ano seguinte o atelier passou a firma com o seu nome. Em 1910, René Louis Balichon (1885-1945) torna-se sócio da empresa onde vai desenvolver a rede comercial, racionalizar a produção e elaborar catálogos com o inventário sistemático da quase totalidade das centenas de modelos criados por Denert e seus colaboradores. Estarão inventariados cerca de 670 dos 750 a 800 modelos produzidos
O novo nome da sociedade virá a reflectir os apelidos dos fundadores: Den, de Denert, bac, de Balichon.
Enquanto gestor, Balichon criou não só uma variada rede de lojas de retalho, como também forneceu os grandes armazéns de Paris, caso das Galerias Lafayette e Printemps, e exportou para o estrangeiro. Explorou também parcerias com empresas de perfumes e de bebidas, como a Cointreau ou Marie Brizard, para as quais foram criados múltiplos recipientes em grés e porcelana.
Reflectindo a época turbulenta em que laborou, a empresa encerrou por duas vezes durante as guerras mundiais.
Com a morte de Denert, em 1937, a companhia começou a conhecer dificuldades, agravadas com o encerramento devido à guerra. Balichon morreu em 1949, tendo os seus herdeiros continuado à frente da fábrica até ao fecho definitivo em 1952.
Caracterizadas sobretudo por um estilo Arte Nova já tardio e muito orgânico, as peças Denbac são facilmente reconhecíveis pelos seus esmaltes espessos, mates, aveludados, maioritariamente com subtis gradações de cor e muito agradáveis ao tacto, que fazem o seu encanto. No entanto, e de acordo com a época, produziu também interessantes peças Art Deco, de formas muito geometrizadas, mantendo a qualidade dos esmaltes, agora por vezes fortemente contrastados.


Durante anos ignoradas por museus e colecionadores, estas criações começaram a ser, há já alguns anos, objecto de paixão. Embora a grande maioria continue relativamente acessível, certos exemplares por vezes atingem preços considerados impensáveis há bem pouco tempo,
Em Lisboa não somos os únicos a gostar destes objectos, outros apreciadores avisados tiveram o péssimo gosto de terem constituído colecções com peças de fazer inveja a qualquer amante de cerâmica. Achamos tal atitude completamente execrável. Sobretudo depois de vermos algumas peças que, como é evidente! detestaríamos possuir…
Para conhecer a boa e variada produção desta fábrica ver aqui