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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Jarra art déco «Quatro Asas» - Vista Alegre


Jarra art déco de porcelana moldada, em forma de balaústre, com 4 pequenas asas. Sobre a cor branca base a parte superior do bojo recebeu pintura, sobre esmalte, a preto e hastes florais policromas com folhas e caules a verde. No prolongamento das asas a cor preta, entremeada de flores e folhas, é prolongada até ao pé, seccionando o bojo em quatro partes, por sua vez seccionadas por quatro linhas a dourado. Bocal, pé e parte exterior das asas a dourado, Interior destas últimas a preto. No fundo da base, carimbo V.A. (marca nº 31 utilizada de 1924-1947). Inscrito na pasta «4»
Data: c. 1930
Dimensões: Alt. 25 cm


Sobre este formato nº 1169 (Quatro Asas) produzido pela Vista Alegre a partir de um modelo criado em 1893 para a Manufacture National de Sèvres – o designado «Vase de Bourges» - já escrevemos em 18 de Janeiro deste ano a propósito de outra jarra. E o quão é diferente desta que postamos hoje. Cá está, as decorações transformam as formas, ora secundarizando-as ora acentuando-as. À semelhança da jarra que então postámos, também esta poderá ter decoração importada e executada por Ângelo Chuva.


Adquirida na Feira de Antiguidades Forum Picoas, nos finais da década de 80 do século passado, esta jarra sempre nos agradou, pelo despojamento decorativo e forte contraste do preto e branco, complementados pelo dourado, assim como pela policromia acentuada, mas muito subtil, das flores que ressaltam sobre o primeiro.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Jarra «Quatro Asas» com decoração de flores e frutos - Vista Alegre


Jarra de porcelana moldada, em forma de balaústre, com 4 pequenas asas a negro na parte superior do bojo. De cor branca, é decorada com flores e frutos policromos que pendem do bocal sobre fundo inicialmente a preto. No fundo da base, dado ter sido furada para adaptação a candeeiro, não tem marca, embora fosse a marca nº 31: carimbo V.A. (1924-1947). Inscrito na pasta «13» e pintado à mão «33» (?).
Data: 1929
Dimensões: Alt. 25 cm


Faz este mês 14 anos que adquirimos a presente jarra. Hesitámos comprá-la quando a vimos à venda num ajuntador (loja/armazém de velharias) ao Conde Barão. Tinha sido transformada em candeeiro com uma guarnição metálica de gosto duvidoso (temos consciência da subjectividade da afirmação, mas…) envolvendo base e bocal. Desmontada a estrutura metálica e lavada ficou com muito melhor aspecto, apesar do bárbaro buraco no fundo da base que mandámos restaurar. Valeu a pena. A peça recuperou a dignidade perdida.

Podemos ler em MAFLS que se trata do motivo decorativo P.799, aprovado em 22 de Janeiro de 1929 pelo director artístico da Vista Alegre, J. Cazaux, para este formato, o 1169 (jarra Quatro Asas), e que a pintura foi executada por Ângelo Chuva a partir de um modelo adquirido pela empresa.


De facto, o modelo foi desenhado por Joseph Chéret em 1893, para a Manufacture National de Sèvres, onde recebeu a designação «Vase de Bourges», que se ilustra com uma decoração Art Nouveau de1903 com penas de pavão.

No cômputo geral das importações de modelos estrangeiros, como já tivemos oportunidade de escrever e ilustrar, será a Manufacture National de Sèvres, sem dúvida, a grande fornecedora, tanto de formas como de decorações, para a fábrica Vista Alegre nas décadas de 20 e 30.


Sendo uma forma do período Arte Nova, em Portugal, pelo menos, foi mantida no período Art Déco com decorações várias reflexo do sucesso que terá tido. 


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Jarra art déco com flores – Vista Alegre




Jarra de porcelana moldada, piriforme de colo invertido e pequena gola elevando o bocal circular. De cor branca apresenta decoração floral policroma, pintada à mão, estilizada dentro de um gosto art déco. Pendendo do bocal, uma cortina contínua de folhagem e flores cinge a metade superior do bojo. Um filete preto circunda o bocal. No fundo da base, carimbo verde V.A. Portugal - Marca nº 31 (1924-1947) e, inscrito na pasta, 95 (?).
Data: c. 1930
Dimensões: Alt. 11,3 cm

Mais uma vez, a decoração ao gosto francês desta peça será atribuível (ou será apenas a pintura?)Todavia, de acordo com informação utilíssima prestada por MAFLS (ver comentário), «este motivo corresponde ao motivo PP197 da VA, que já surgia em Abril de 1925 numa jarra formato Timor. O respectivo verbete, número 756, não apresenta qualquer referência a Ângelo Chuva.»


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ainda a propósito da jarra solitário Vista Alegre



Quando em 29 de Fevereiro passado apresentámos a jarra-solitário art déco da Vista Alegre que hoje retomamos, escrevemos que a sua decoração, por afinidade, poderia ser atribuída ao mestre Duarte Magalhães (1861-1944). Adiantávamos, porém, que, assim sendo, se tratava de uma peça de nítida influência francesa, de Sèvres ou Limoges. Vem isto a propósito de termos encontrado a reprodução de um catálogo de Sèvres, que, apesar de não estar datado, foi editado em 1928 de acordo com a catalogação da Bibliothéque Nationale de France, cuja folha de rosto aqui reproduzimos, conjuntamente com a prancha onde aparece o modelo que serviu de base à referida jarra. 


Assim, como aliás já suspeitávamos, não se trata de uma criação nacional, mas, mais uma vez, reprodução de um modelo importado de França, apesar de subtis diferenças, em particular no pé. E já agora, quanto à peça em que nos baseámos, publicada em obras de referência (VISTA ALEGRE: Porcelanas. Lisboa: Inapa, 1989; FRASCO, Alberto Faria – Mestres pintores da Vista Alegre. Porto: Figueirinhas, 2005), também nos inclinamos para que seja de autoria francesa e não de Duarte Magalhães. Aproveitamos para mostrar, a bem do conhecimento geral, o quão perigoso são para quem as utiliza de uma forma acrítica. Ilustramos com outros exemplos que aparecem representados no catálogo de Sèvres. Veja-se as peças atribuídas a Duarte Magalhães e a Ângelo Chuva. 


Na verdade, quando estas obras de referência nacionais confundem os pintores com os autores das decorações, estão a induzir os leitores em erro, pois aqueles não passam, muitas vezes, de meros executantes de modelos decorativos, pintados certamente também sobre formas igualmente importadas. Confunde-se o pintor enquanto executante, porque, por vezes, assina a peça, com o autor da decoração. Ou seja, confunde-se o artista criador com o artesão que lhe multiplica o modelo. Isto para não falarmos da confusão entre Arte Nova e Art Déco devido ao pouco conhecimento de quem escreve.


Infelizmente as imagens do catálogo francês não têm grande qualidade, pelo que não pudemos identificar de forma segura os autores respectivos.
As fotografias e respectivas legendas reproduzidas são da obra VISTA ALEGRE: Porcelanas, pp. 157 e173.

sábado, 13 de outubro de 2012

Pequeno pote art déco com flores – Vista Alegre


Pequeno pote decorativo com tampa, de porcelana moldada, de fundo amarelo com decoração policroma pintada à mão ao gosto art déco. O modelo, um clássico que nos chegou do oriente, apresenta bojo muito pronunciado e bocal estreito sobre o qual pousa uma tampa em calote abatida. À volta do bocal, o bojo é cingido por uma grinalda contínua de folhagem, flores e bagas que, pendendo, preenchem a parte superior do bojo. A tampa recebeu igual decoração, embora espalhada desordenadamente sobre a superfície. No fundo da base, carimbo verde V.A. Portugal (Marca 31: 1924-1947) e, pintado à mão a encarnado, VI.
Data: c. 1930
Dimensões: Alt. c. 7 cm



Já aqui apresentámos uma base de candeeiro cuja decoração atribuímos a Ângelo Chuva (1883-1974). Também a peça de hoje poderá ter sido decorada por este autor, possibilidade também aventada pelo vendedor.

Nascido em Ílhavo, Ângelo Simões Chuva foi uma referência incontornável na produção art déco da Vista Alegre.
Entrou para a fábrica como aprendiz de pintor aos 14 anos. Em 1910, então com 27 anos, assumiria a chefia da Oficina de Pintura. Será Mestre Pintor por volta de 1932. Reforma-se em 1958.

A produção artística deste mestre nos anos 20 e 30 é, sobretudo, inspirada na Art Déco francesa. Independentemente da peça de hoje ser ou não deste autor, também ela reflecte um gosto francês na estilização dos elementos vegetalistas que a decoram.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Candeeiro Bola art déco – Vista Alegre


Base de candeeiro de porcelana moldada, de forma esférica, com padronagem de fundo estampilhada e aerografada cor-de-rosa velho, formando flores e folhas geometrizadas dentro da gramática art déco, onde se inserem quatro medalhões circulares, policromos, com composições florais pintadas à mão, aplicadas no sentido dos ponteiros do relógio. Assenta sobre pé curvo ligeiramente saliente e tem gargalo cilíndrico, ambos rosa-velho com pintura a preto, à mão, simulando marmoreados. Tampão metálico cromado de origem. Na base, carimbo verde V.A. Portugal (Marca 31: 1924-1947), e, inscrito na pasta, talvez, 457.
Data: c. 1930
Dimensões: alt. 18, 5 cm




Talvez seja uma obra de Ângelo Chuva, visto ter decorado, ao gosto francês, como é o caso da presente peça, candeeiros deste modelo chamado, apropriadamente «Candeeiro Bola».


O que está inscrito na pasta, na base, parece-nos ser a sequência de números: 457 . Deixamos aqui amostra do negativo, na esperança de que algum leitor nos elucide, caso seja outra coisa.