Jarra de faiança (barro vermelho) modelada (?), de forma
esférica achatada, esmaltada e craquelé. O esmalte de meio-brilho, de cor
verde-turquesa, é manchado irregularmente a cinza, cor que igualmente faz
sobressair o craquelé. No
fundo da base, em relevo na pasta, a marca da Karlsruhe.
Data: c. 1930-32
Dimensões: Alt.
c. 9 cm
Sobre
Martha Katzer (1897- 1946) previamente discorremos, a propósito de uma caixa de
faiança aerografada desta mesma fábrica, em 21 de
Agosto de 2013.
O
trabalho conjunto que vai desenvolver de 1929 a 1932 com Gerda Conitz (1901 -
?) leva-a num outro sentido igualmente experimentalista mas mais rarefeito e
requintado dirigido a um grupo restrito de consumidores de elite. As faianças
nobres (ditas «Edelmajolika») resultantes desta dupla, pouco abundantes, são de
grande refinamento. Enquanto a Martha Katzer cabe a concepção das formas
atemporais de inspiração extremo-oriental, a Gerda Conitz cumpre a decoração
das superfícies, concebendo requintados esmaltes craquelé.
A
colaboração termina quando, em 1932, Gerda Conitz vai trabalhar como assistente
técnica de Georg Schmider para a União das Fábricas de Cerâmica de Zell em
Harmersbach. De 1936 a 1946 vai dirigir o atelier cerâmico das WMF.
Este
tipo de formas espelha bem a apetência que os ceramistas ocidentais tinham
pelas formas despojadas e desornamentadas da cerâmica da China e, sobretudo, do
Japão, que vinha desde o último quartel do século XIX, sobretudo depois da Exposição
Universal de Paris de 1878. O fascínio pelo Extremo Oriente perdurou e
contaminou não só o Art Déco, como os demais movimentos modernos.
A
jarra de hoje é bem exemplar das contaminações entre as várias tendências da
época. Poderemos defini-la como art déco
pelo refinamento sumptuoso das formas e matérias assim como pela união entre a
criação artística e a artesania, características estas últimas também
bauhausianas.