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domingo, 4 de setembro de 2016

Bases de candeeiro «Peixes em relevo» - Sacavém


Hoje apresentamos uma muito conhecida base de candeeiro art déco com motivos relevados de peixes e enrolamentos que remetem para búzios, em duas versões cromáticas e, estamos em crer, de materiais e datações diferentes. Uma, com um vidrado marmoreado de tonalidades amareladas semi-mate, será de faiança moldada, e outra, a branco mate, será de grés ou pasta de loiça sanitária (vitrificada). No fundo das bases, não vidrado na última, inscrito na pasta, «Made in Portugal – Sacavém»
Data: c. 1950 (amarela); c. 1980 (branca)
Dimensões (só base cerâmica): Alt. c. 14 cm (amarela); c. 13 cm (branca)



Muitos modelos art déco produzidos pela Fábrica de Loiça de Sacavém na década de 30 só apareçam referenciados na «NovaTabelaPrecos – Loicas Decorativas Em Faianca», de Novembro de 1945 (nesta listagem constam as célebres criações animalistas de Donald Gilbert e demais peças art déco da década anterior), mantiveram-se no mercado até tarde, geralmente até próximo de 1960, embora com outras variações de cor e vidrados, ou até com novas decorações mais consentâneas com o gosto vigente.


Será o caso deste formato, que aparece na dita tabela de Novembro de 1945 com a designação «31 – Jarra Peixes em relevo nº 6», indicando que terá sido inicialmente apenas comercializado em versão jarra e, mais tarde, produzido também como base de candeeiro.



Não nos parece que se trate de um modelo criado por Sacavém. Apostamos para mais uma importação de uma criação inglesa.

Mais informações, ver MAFLS (de cujo blogue reproduzimos a versão verde) aqui e aqui.



segunda-feira, 27 de abril de 2015

Escultura “Carpa” - Aleluia - Aveiro



Peça de faiança moldada, em forma de peixe (carpa) saltando das águas que lhe servem de pé, de cor creme com aguadas a castanho e azul, cores que acentuam as áreas relevadas. No fundo da base, pintado à mão, a azul, «885» «Aleluia».
Data: c. 1945 - 55 [ver comentário de CMP]
Dimensões: Alt. 15,5cm x Comp. 14 cm x larg. 9,5 cm



Forma claramente inspirada nas célebres «carpas de Tóquio», motivo frequente em muitos dos tecidos, gravuras, bronzes, cerâmicas japoneses que começaram a chegar à Europa a partir do último quartel do século XIX.


O tema das carpas, na sua agitação frenética, saltando e nadando contra a corrente, agradou a muitos artistas ocidentais. O japonismo de então, que tanto influenciou a Arte Nova europeia e de que a «Maison Bing» foi a grande divulgadora, vai prolongar-se no tempo, adaptando-se a novas estéticas.

Mostramos alguns exemplos desta permanência e evolução, da Arte Nova da jarra de vidro de François-Eugène Rousseau, passando pela cerâmica de Alfred Renoleau ou, a já ao gosto art déco, de E. Gazan e, finalmente, esta versão barroquizante da Aleluia-Aveiro.




segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Prato de suspensão art déco com chinês vendedor de peixe - K et G Lunéville - França



Prato de suspensão circular e lenticular de faiança moldada. Sobre a cor branca recebeu decoração policroma estampilhada e areografada estilizada ao gosto art déco. Um vendedor de peixe ou pescador oriental, de chapéu largo e vestes longas, em movimento para a direita, mas com a face, onde se destacam os bigodes descaídos, voltada no sentido oposto, transporta, em equilíbrio sobre os ombros, uma vara de onde pendem peixes. Braços ao longo do corpo segurando um grande peixe em cada mão. A vara, à qual estão atados os peixes, opõe-se à curva superior do prato, enquanto que os pés, calçados com tamancos encurvados, e parte inferior do vestuário, curvam para formar uma linha paralela ao bordo inferior. A composição é contida por moldura circular formada por filete e fita segmentados a preto e castanho-mel. Este prato é um exemplo raro em que a assinatura do artista Géo Condé (1891-1980), no caso o seu monograma «GC», se integra na decoração, como se um dos padrões geométricos tivesse fugido da decoração do traje. No fundo da base, carimbos a verde, «K e G / Lunéville / FRANCE» e algo ilegível. Inscrito na pasta, o que parece ser umas lunetas e «B».
Data: c. 1930
Diâm: 32,2 cm


A personagem resultará de uma interpretação livre de uma estampa do Extremo-Oriente. A composição gráfica da figura, minuciosamente elaborada, implicou a utilização de quatro estampilhas distintas. Apesar de limitada a quatro cores (azul, amarelo, castanho-mel e preto) parece ostentar uma policromia mais diversificada. Tal impressão visual resulta do recorte pormenorizado e também da justaposição repetida das cores.

Parte da presente descrição baseia-se no conteúdo que acompanhava a peça exposta na exposição que o Musée de L’École de Nancy dedicou a Geo Condé (1891-1980), de 18 de Novembro de 1992 a 28 de Fevereiro de 1993.

sábado, 22 de dezembro de 2012

De novo o peixe e a jarra com fetos, art déco, das fábricas Electro-Cerâmica e Aleluia-Aveiro



Quebrando mais uma vez a regra de apresentar apenas objectos das nossas colecções, mas no sentido de contribuirmos para a inventariação das produções nacionais e dado que se tratava de exemplares recentemente postados, e a pedido de várias famílias, perdão, de vários leitores, colocamos hoje peças de dois outros bloguers. Trata-se de peças que os mesmos haviam referido nos comentários que postaram às congéneres apresentadas.
Assim, a propósito do peixe art déco da Electro-Cerâmica, de 15 do presente mês, CMP partilhou connosco uma outra variante cromática, a verde e ouro, com as mesmas dimensões, que damos a conhecer. 


No mesmo sentido apresentamos a versão verde da jarra art déco com fetos em relevo da Aleluia-Aveiro, de 9 de Dezembro, partilhada por Maria Andrade. Trata-se do mesmo modelo e igual carimbo, acrescido de X334 M, que corresponde a um exemplar de menores dimensões (11,5cm x 8cm). Conforme esclareceu CMP trata-se da letra final M e não H dado essa corresponder à versão cor-de-rosa. 


A ambas o nosso agradecimento.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Peixe dourado art déco – Electro Cerâmica



Escultura decorativa de porcelana moldada e relevada em forma de peixe, cor de laranja, com apontamentos a ouro. No fundo da base, carimbo cinzento com EC sobrepostos inscritos num quadrado na oblíqua.
Data: c. 1935
Dimensões: alt. 8 cm x comp. c. 15 cm x larg. c. 5,5 cm



Para além de toda uma produção faunística ora mais naturalista, que tanto servia os interesses de zoólogos e naturalistas como os gostos de amadores empenhados, ora mais estilizada e em versões mais decorativistas, em função das estéticas vigentes, um pouco por toda a Europa, diferentes fábricas e ateliers artísticos de cerâmica criaram um sem número e variedade de animais. Já tivemos oportunidade de ilustrar uns quantos. Uma dessas correntes, muito activa nos anos de Entre Guerras, que, aliás, terá tido muito sucesso junto do grande público, parece ter usado o universo da ilustração de livros infanto-juvenis, da banda desenhada e do cinema de animação para criar objectos tridimensionais, com meras funções decorativas, como é o caso do peixe de hoje, ou funções específicas - veladores e caixas, por exemplo - como também ilustramos, em produções francesas. Trata-se de peças lúdicas, divertidas e optimistas que não parecem ter sido exclusivamente pensadas em função, mais circunscrita, da decoração de interiores de espaços dirigidos a crianças, mas antes como apontamentos de bom humor a fazer esquecer quer o horror da Grande Guerra, quer, depois, as agruras da Depressão. 


O optimismo e a profusão de escultura animalista são características do Art Déco nas suas diferentes declinações estéticas. Neste exemplar nacional, mais uma vez se documenta uma aproximação ao barroco, no movimento pronunciado e no exagero das características anatómicas do animal representado, sobretudo no gigantismo das escamas, e na teatralidade burlesca da forma. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Jarra Art Déco Argenta “Peixe” - Gustavsberg


Se Wilhelm Kåge (1889 -1960) é, como sabem, um dos nossos designers preferidos, a sua linha Argenta para a fábrica sueca Gustavsberg é das nossas favoritas no contexto das produções europeias de cerâmica art déco dos anos 30 e 40, sobretudo as peças com ornamentação geométrica ou de temática marinha, com peixes, golfinhos, sereias e tritões. Assim, também a jarra que hoje apresentamos é decorada por um peixe libertando bolhas de ar, em aplicação de prata, sobre fundo esmaltado verde mate mosqueado, de desenho muito idêntico, aliás, ao que decora a taça vermelha anteriormente mostrada. A jarra apresenta o tamanho mais pequeno desta forma, o número I, sendo as outras duas jarras já postadas, com os golfinhos e a sereia, os tamanhos II e III.  
No fundo da base carimbos a ouro «Gustavsberg« seguido do símbolo “Âncora”, «978 I», e «Made in Sweden»
Data: c. 1940
Dimensões: Alt. 14,50 cm


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Taça art déco Argenta com peixe - Gustavsberg


Mais uma peça art déco de Wilhelm Kåge (1889 -1960) da linha Argenta e de temática marinha.

Taça de grés, decorada num só lado com representação de peixe envolto por bolhas de ar, em aplicação de prata, sobre fundo esmaltado verde mosqueado. Bordo externo do bocal e pé envolvidos por filete de prata embutida. No fundo da base, embutido a prata HAND DREAD inscrito num rectângulo, seguido de carimbo dourado Argenta 1053 e III e, incisa na pasta, a marca Gustavsberg, com símbolo “Âncora” e Kåge inscrito num rectângulo.
Data: c. 1935
Dimensões: alt. 9 cm x Ø 12 cm



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Taça art déco Argenta com peixe - Gustavsberg

Como gostamos de saltar do objecto utilitário para o objecto sumptuário, hoje trazemos mais uma peça da linha Argenta criada por Wilhelm Kåge. O que não quer dizer que, em termos de mercado, o seu valor seja superior ao de certas caixas de faiança aerografada. Bem pelo contrário.


Taça de grés, com representação de um peixe e bolhas de ar em aplicação de prata sobre fundo esmaltado vermelho mosqueado. Bordo debruado por semi-círculos de prata embutida. A calote esférica assenta sobre pequeno pé com filete de prata. Na base, carimbo dourado com Gustavsberg, seguido do símbolo “Âncora”, Argenta 1094 IV e Made in Sweden.
Data: c. 1940
Dimensões: Ø 15 cm x alt. 5 cm

Apesar de mais raras, as peças da linha Argenta podem apresentar outras cores para além do verde mosqueado convencional como já dissemos. O vermelho parece que só é introduzido na produção dos anos 40. O efeito estético é magnífico, sendo esta taça um bom exemplo da elegância da chamada

domingo, 24 de junho de 2012

Figura de peixe art déco - Sacavém


Figura de peixe de faiança moldada e relevada, estilizada dentro da gramática art déco, assente sobre soco saliente, escalonado e ondulado. A peça, pintada a aerógrafo num monocromo verde-claro seco, apresenta escorrências que lhe conferem apontamentos mais escuros. Na base, carimbo verde Made in Portugal e, inscrito na pasta, LM 52 Sacavém
Data: c. 1935-40
Dimensões: Comp. c. 29 cm x alt. 22 cm x larg. c. 8 cm


Da relativa variedade de escultura decorativa animalista produzida pela Fábrica de Loiça de Sacavém (FLS), esta figura de peixe, sempre nos agradou de uma forma muito particular. Talvez pela estilização angulosa da peça, que diríamos “cubista”, e que lhe confere um aspecto quase caricatural, ou simplesmente, de uma maneira egoísta, porque não conhecemos outro exemplar para além do nosso.


A ficha, que acompanha a fotografia depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso do Museu de Cerâmica de Sacavém, cuja cedência de imagem agradecemos, indica ser um modelo criado por «Pintor Reis». Ficamos sem saber se «Pintor» é profissão ou apelido, pois não figura na listagem dos colaboradores da FLS, e dele nada conseguimos apurar.

Aparece mencionado nas tabelas de preços de faianças decorativas de 1945 e 1951 sob o nº 198, o que nos leva a crer que a sua produção se iniciou ainda na década de 30, dadas as características vincadamente art déco, e se extinguiu na década de 50. O que nos espanta é o preço deste tipo de peças à época da sua produção. Eram objectos decorativos caros e, por isso mesmo, destinados a um mercado muito circunscrito e daí, talvez, a sua raridade. Só a título de exemplo, na tabela de preços de Novembro de 1945, um exemplar colorido sem ouro custava 141$00, um preço exorbitante para a época, face aos salários médios praticados.


Aliás, a maioria dos exemplares que conseguimos reunir da lavra de escultura decorativa animalista da FLS, e não só, felizmente para nós, pertence ao grupo que denominámos na nossa gíria pessoal “da época boa” da produção inicial Art Déco da fábrica. Passamos a explicar uma lógica de raciocínio que ainda não está comprovada, e que, enquanto tese, carece de uma investigação mais aprofundada. A quase totalidade das esculturas de animais apresentadas, e outras que haveremos de mostrar, têm na base o carimbo oval «Made in Portugal». Portanto, exemplares que se destinavam também à exportação. Outra característica comum a quase todos eles: inscrito na pasta, o nº 52. Quando se reúnem estes dois elementos na mesma peça estaremos perante exemplares de excepção dentro da primeira linha produtiva Art Déco da FLS.

domingo, 3 de junho de 2012

Jarra art déco Argenta com peixe - Gustavsberg - Suécia


Jarra de grés da linha Argenta, de forma tubular arredondando no fundo onde encaixa num pé saliente, com aplicação de prata sobre fundo esmaltado e mosqueado verde mate. A cena subaquática de prata embutida que decora a peça restringe-se a um único peixe libertando bolhas de ar. Na gola e no pé, filete de prata embutido. Na base, embutidos a prata, “Gustavsberg”, a âncora símbolo da fábrica, “Argenta” e o número “1029 II”, e “E”. Carimbo prateada com “Made in Sweden”. De lado, também embutido em prata, “B”.
Data: c. 1935
Dimensões: alt. 15cm x larg. 4,5cm

O criador da linha Argenta para a fábrica sueca Gustavsberg foi Wilhelm Kåge, cujo nome figura habitualmente nas peças de sua autoria. Contudo, de acordo com a obra de Alastair Duncan – Art Deco complete: the definitive guide to the decorative arts of the 1920s and 1930s. London: Thames & Hudson, 2009, pág. 405, esta jarra será uma obra deste designer. Também neste sentido vai uma outra peça que possuímos que apresenta o mesmo motivo decorativo e está assinada pelo autor.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Peixe de Lejan - França




Peixe de faiança craquelé, ligeiramente rosada, fortemente estilizado ao gosto art déco. Sem marca, para além de LEJAN inciso na pasta, na barbatana peitoral direita, pouco legível por causa do vidrado.
Data: 1934
Dimensões: 29,3 cm x 39,1 cm x 12 cm

Este peixe será o craquelé mais comum produzido em França e, talvez por isso, tenha sido tão famoso que acabou por se converter num arquétipo visual da Art Déco popular.
Foi vendido por Manufrance em 1934 e serviu por vezes de troféu em feiras e concursos de pesca (MALAUREILLE, Patrick - Craquelés: Les aimaux en céramique: 1920 – 1940. Paris: Massin Éditeur, 1993, p.51) Trata-se de uma criação do enigmático Lejan de quem já apresentámos peças editadas em Portugal pela Vista Alegre.
Prolífico escultor, Lejan continua a causar polémica em França, ao contrário do que afirmámos nos nossos posts dedicados ao «Pierrot» e ao «Arlequim» da Vista Alegre, sendo considerada a mais enigmática das personalidades evocadas no recente livro dedicado aos craquelés: HARDY, Alain-René;GIARDI, Bruno – Les craquelés Art déco: histoire et collections. Domont: Penthesilia, 2009, que acabámos de adquirir.
Na sua página 66 refere que não se sabe quem seja realmente Lejan, talvez um derivado do verdadeiro nome.
Este criador colaborou com múltiplos editores (Pomone, Le Verrier, ...) e manufacturas (Orchies, Sarreguemines, Boulogne/Seine, ...) a quem cedia direitos sobre os modelos, muitas vezes já anteriormente produzidos, tendo multiplicado os pseudónimos para baralhar as pistas: Lejan, Genvan(n)e e, a partir do seu hipotético lugar de nascimento, Dax, que não é, como supõe P. Malaureille, de atribuir a Cazaux. Encontra-se, igualmente, a assinatura Jeanle, sobretudo em pequenas estatuetas de metal patinado com cores diferentes e, raramente, sobre craquelés.

Quem sabe se o segredo não se encontra revelado no verbete nº 1049 do Catálogo Geral da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre (Portugal), relativo ao artigo escultura «Arlequim», de 1927, que dá como autor Gauvenet (1885-1967), cujo primeiro nome é, afinal, Jean-Baptiste?
Na verdade, se analisarmos atentamente as bailarinas de Gauvenet, já mostradas, e os ditos Pierrot e Arlequim de Lejan, da V.A., encontramos aproximações no maneirismo das torções dos corpos, nos perfis das cabeças e mesmo nas golas do vestuário que se assemelham. E isto, para não falar na persistência de peças feitas em Portugal, de que conhecemos apenas exemplares tardios, feitos a partir de moldes do próprio Gauvenet (ver post: Base de candeeiro da Cerâmica S. Bernardo - Alcobaça).