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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Par de dançarinos setecentistas art déco por Aymé - La Maîtrise



Escultura de porcelana moldada, policroma, em forma de par de nobres setecentista dançando, quiçá, o minuete. Personagens de carnaval ou não, as figuras são estilizadas ao gosto art déco. As carnações são rosadas. A figura masculina de calças e casaca azul forte sobre gibão ouro, da mesma cor dos botões, sapatos e laço. Realces a cor de tijolo nos sapatos, mangas e interior da casaca. Cabeleira, meias e folhos da camisa, a branco. A figura feminina de vestido branco com anquinhas a ouro debruadas a azul forte, com corpete igualmente azul e peitilho cor de tijolo e ouro. Cabeleira branca com flor dourada e folhas azuis. Junto à base, nas pregas do vestido, escrito à mão, a verde, La Maitrise e Ayme. A figura é vazada e no rebordo da base, carimbo verde Ayme La Maitrise.
Data: c.1925
Dimensões: Alt. c. 27.5 cm x comp. c. 27 cm x larg. 11,5 cm



A sofisticação francesa de temática neo-rococó é substancialmente distinta da alemã. As figuras tendem, no caso francês, geralmente para uma estilização de influência cubista, enquanto os alemães olham, sobretudo, para a tradição de Meissen reinterpretada. Veja-se os exemplos anteriormente mostrados de Karl Tutter.

O escultor M. Aymé, de quem pouco se sabe, trabalhou para La Maîtrise, o atelier de arte das Galerias Lafayette, criado em 1922 por Maurice Dufrêne. La Maîtrise foi importante não só por ter participado em todos os Salons e na Exposição de 1925, como também pela divulgação do trabalho de vários artistas, caso do referido Aymé, os irmãos Jacques e Jean Adnet, Fernand Nathan, entre outros.

Os estúdios ou ateliers de arte dos grandes armazéns parisienses, como La Maîtrise para as Galerias Lafayette, Primavera para Le Printemps e Pomone para Au Bon Marché, editavam os artigos mais refinados dos mesmos.

Aymé criou também para o atelier Primavera, e sabemos que esta mesma peça existe em versão velador e em várias versões cromáticas, e foi igualmente editada por Robj (ver: Alastair DUNCAN – Art Deco complete: the definitive guide to the decorative arts of the 1920s and 1930s. London: Thames & Hudson, 2009, p. 475).


domingo, 4 de dezembro de 2011

Duas esculturas de porcelana de Léon Leyritz - França

A estilização do Neo-barroco e do Neo-rococó são exemplo de uma das vertentes do estilo Art Déco no Ocidente. Veja-se a peça Hutschenreuther já apresentada e as duas peças de porcelana moldada do escultor francês Léon Leyritz de hoje.




 Na sua graça e fragilidade neo-rococó, a figura de dama setecentista, com vestido rosa forte, sobre crinolina, que lhe deixa os ombros nus, e mantilha de renda, a preto, segura nas mãos, junto ao peito, um bouquet de rosas da mesma cor do vestido com folhagem a verde. Carnações à cor da pele, rosto pintado e cabeleira branca. Atrás, ao fundo do vestido, inscrito na pasta e realçado a preto, L. Leyritz. Na base, a azul, as iniciais ER, com o E invertido colado ao R.
Data: c. 1920-25
Dimensões: Alt. c. 29,50 cm




Grupo escultórico carnavalesco, numa cena de sedução e erotismo, não muito frequente na produção francesa, entre dois mascarados. Neste exemplar é evidente a opção de não finito no tratamento da modelação por parte do escultor. Uma “Colombina”, de seios nus, finge-se indiferente a um Pierrot que ajoelha a seus pés e lhe beija a orla do vestido, deixando por terra um bouquet de rosas malva e folhagem verde. Na mão direita, no verso da escultura, segura uma guitarra. “Colombina”, como cortesã setecentista, toda de branco, usa uma máscara a preto e um leque de penas na mão direita. Pierrot, de gorro com máscara e sapatos pretos. As carnações em ambas as personagens são à cor da pele. Hastes do leque, sola do sapato de Pierrot e guitarra a amarelo, tendo a última realces a preto. Na base, junto à perna de Pierrot, inscrito na pasta, L.LEYRITZ.
Data: c. 1920-25
Dimensões: alt 20,3 cm x comp. 24,8 cm x larg. 7,2 cm

Reconhecido escultor, sobretudo nas décadas de 20 e 30 do século XX, Léon Albert Marie de Leyritz (1888-1976), para além da pedra e do bronze, foi também ceramista, tendo praticado igualmente pintura a fresco. Nas suas múltiplas facetas de artista, foi, ainda, cenógrafo e figurinista.
Participou, desde 1905 nos diversos Salons de Paris, expondo, a partir de 1922, também no Salão dos Independentes. Ganhou várias medalhas e prémios entre 1912 e 1931.
Participou com trabalhos seus na Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes, Paris, 1925, cuja abreviatura, nos anos 60, haveria de nomear o estilo Art Déco que neste evento conheceu o seu apogeu. Foram dele a escultura que integrava a decoração do interior de um escritório do pavilhão «Studium Louvre», dos Grands Magasins du Louvre, e as esculturas de pedra que decoraram o exterior do pavilhão de «La Maîtrise», atelier de arte das «Galeries Lafayette», criado em 1922 e dirigido por Maurice Dufrêne, cuja fotografia apresentamos. Este atelier teve uma importante actividade, participando em todos os Salons e na maior parte das exposições, abrindo portas à divulgação de vários artistas, entre os quais Aymé de quem aqui também haveremos de mostrar uma peça.