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domingo, 27 de agosto de 2017

Jarra “Portugália” art déco com rosas - Sacavém

Voltamos hoje à jarra «Portugália», o formato nº 20 do catálogo de jarras da década de 1930, não impresso, disponível no Museu de Cerâmica de Sacavém - Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso. É o quarto exemplar deste modelo que aqui apresentamos com uma decoração completamente distinta.


Jarra art déco de faiança moldada, vidrada a branco com decoração policroma com motivo estilizado de rosas em dois tons de cor-de-rosa e folhagem a verde, delineados a negro, segundo a técnica da estampilha aplicada manualmente sobre o vidrado. O gargalo, pintado igualmente sobre o vidrado, é cintado por faixas a rosa e verde, delineadas a preto. No fundo da base carimbo verde «Gilman & Cdtª– Sacavém» sobrepujando «Portugal» e inscrito na pasta «JL» [autor do decor?].
Data: c.1930 - 35
Dimensões: alt. c. 20 cm


A propósito deste modelo, aproveitamos para reflectir um pouco sobre a produção cerâmica da Fábrica de Loiça de Sacavém, considerações que, no entanto, nos parecem, de uma maneira geral, pertinentes relativamente às demais fábricas nacionais.

Constatamos existir em Sacavém uma maior diversidade nas decorações face à quantidade de formas produzidas. É o caso das jarras, por exemplo. Na verdade há um reduzido número de modelos na década de 1930, que mantém ainda em produção formas de uma estética anterior, nomeadamente Arte Nova, situação que se prolonga pelo menos até aos anos 50.

Por um lado, poder-se-á justificar pela ausência de designers criadores de novas formas o que obrigava à compra (ou à cópia) de modelos estrangeiros. Implicava custos acrescidos na produção, o que não deveria ser muito vantajoso num mercado pequeno e onde a concorrência era muita, mesmo quando se exportava. Por outro lado, talvez entre o público-alvo consumidor não fosse sentida a falta de novidades constantes, porque maioritariamente pouco escolarizado e de parcos recursos económicos. A pequena elite portuguesa tinha acesso à produção importada se o entendesse.


Apostar sobretudo nas decorações permitiu que a produção de uma mesma forma se prolongasse no tempo e daí encontrarmos este modelo que vinha, pelo menos, desde cerca de 1930, ainda em produção durante a década de 50, embora nesta década apareça sob a designação de «Jarra Portugália, n.° 17» (tabela de Maio de 1951). Ver post de 4 de Junho de 2012.

Neste exemplar estamos perante uma decoração muito art déco com motivo estilizado de rosas e folhagem e cores planas, daí estarmos convictos de que se enquadra na cronologia que propomos.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Prato de cozinha art déco com rosas abertas – Sacavém


Prato de cozinha de faiança moldada, de temática idêntica ao postado em 11 de Agosto passado, embora, este sim, com a decoração nº 1161 «para malgas e pratos de cosinha», em que apenas duas rosas abertas, e de outra variedade, se destacam sobre a folhagem, e cujo desenho, mais uma vez, se ilustra (reiteramos os nossos agradecimentos ao Museu de Cerâmica de Sacavém - Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso pela cedência da imagem). Mais frequente que o motivo anteriormente postado, quando posto em confronto com o das rosas a abrir perde em qualidade plástica e técnica, sendo a pintura a aerógrafo menos bem conseguida com as flores sem volume.
 
 
Para além da decoração, este prato é de dimensões um pouco mais reduzidas. No fundo da base, apresenta carimbos a verde Gilman & Ctª – Sacavém – Made in Portugal, R e 1161.
Data: c. 1930-35
Dimensões: Ø 32 cm x alt 5 cm

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Prato de cozinha art déco com rosas - Sacavém

 
Prato de cozinha de faiança moldada, formato circular com aba larga e lisa. Decoração central estampilhada e aerografada, policroma, sobre fundo branco vidrado, onde se destacam duas rosas cor-de-rosa quase abertas com as respectivas folhas verdes e três rosas em botão, tendencialmente naturalistas, sobre folhagem miúda, a cinzento-azulado, estilizada. Bordo com barra aerografada a cor-de-rosa que se esfuma em direcção ao centro. No fundo da base, carimbos verde Gilman & Ctª – Sacavém – Portugal, 3 (?) e –5 (?). Inscrito na pasta algo ilegível (Sacavém?).
Data: c. 1930-35
Dimensões: Ø 37 cm x alt 6,3 cm
 

A técnica da estampilha com pintura a aerógrafo, em esfumado, dá corpo e volume às flores e folhas, que sobressaem sobre o emaranhado da folhagem cinzenta, mais uniforme no tratamento cromático e que funciona como repoussoir.

Tratar-se-á de uma variante da decoração nº 1161 «para malgas e pratos de cosinha», que aqui se ilustra, e que apresenta flores mais abertas e sem botões (imagem gentilmente cedida pelo Museu de Cerâmica de Sacavém - Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso).
 

Este tipo de imagens aerografadas foi muito utilizado na Alemanha nas duas primeiras décadas do século XX, especialmente com motivos de frutos, que Sacavém também copia como teremos oportunidade de ilustrar. A França, com esta técnica, de uma maneira geral, mantinha-se fiel às composições figurativas estilizadas de gosto art déco, fossem elas vegetalistas, animalistas ou antropomórficas, habitualmente sem esfumados, que vinham, pelo menos, desde os inícios da década de 20. Todavia, cerca de 1930, por razões históricas e geográficas, algumas fábricas francesas, caso de Sarreguemines, cidade que havia sido a alemã Saargemünd, também apresenta alguma produção similar, embora menos consistente que as congéneres germânicas que haviam avançado por um experimentalismo de vanguarda revolucionando, a partir da segunda metade dos anos 20, as composições decorativas que tendem para a abstração e o geometrismo como temos várias vezes referido e ilustrado.