sábado, 28 de fevereiro de 2015

Jarra art déco modelo nº 557 - Denbac – França


Mais uma peça do período geométrico art déco da fábrica francesa Denbac, de René Denert e René Louis Balichon, em Vierzon.




Trata-se de uma jarra de grés moldado de forma ovoide decaédrica encaixada num suporte, lembrando uma lira, com pé rectangular. O recipiente é revestido de vidrado transparente azul alilazado sobre o acastanhado-base, brilhante, com escorrências a partir do bocal, a verde-seco azeitonado mate, que arrastam o azul, O pé é da mesma cor verde mate. No fundo da base, inscrito na pasta, «Denbac» e «557» (número da forma).
Data: c.1930
Dimensões: Alt. 15 cm x larg. 14,5 cm



terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Prato de cozinha art déco com capuchinhas – Sacavém


Prato de cozinha de faiança moldada, formato circular com aba larga e lisa. Decoração central estampilhada e aerografada, policroma, sobre fundo branco vidrado, onde se destaca um bouquet naturalista de chagas em flor, a amarelo e rosa-velho, com respectiva folhagem verde, sobre um subtil esfumado cinza-azulado. Bordo com barra aerografada a cor-de-rosa que se esfuma em direcção ao centro. No fundo da base, carimbos verde Gilman & Ctª – Sacavém – Portugal, «V» e «947».
Data: c. 1930-35
Dimensões: Ø 34,4 cm x alt c. 5,5 cm


De acordo com a imagem que ilustramos do catálogo de desenhos da Fábrica de Loiça de Sacavém, existente no Centro de Documentação do respectivo Museu (MCS-CDMJA), a quem mais uma vez agradecemos, trata-se da decoração nº 947, para malgas e pratos de cozinha.

O sucesso alcançado por este tipo loiça utilitária com decoração a aerógrafo, levou a que fosse produzida num período longo de tempo. O caso mais flagrante terá sido o motivo de rosas abertas, já ilustrado, que perdurou durante cerca de 40 anos, em pratos e, sobretudo, em malgas (saladeiras). O motivo de capuchinhas foi retirado, como indica o «R» a azul escrito na folha do catálogo, mais cedo, embora em data desconhecida.


No caso de hoje, o motivo floral, representa uma planta originária da região andina da América do Sul, a capuchinha (Tropaeolum majus), também conhecida por chagas, flor-do-sangue, agrião-do-méxico, nastúrcio, nastúrio, nastruço do Perú. É uma planta muito decorativa, com flores que podem ser de cor amarela, laranja ou carmim (estas mais raras), e também comestível. Era muito utilizada como planta medicinal na região dos Andes. Na sua América natal é plurianual, e, curiosamente, na Europa, para onde veio trazida no século XVII pelos conquistadores espanhóis, aclimatou-se muito bem e tornou-se anual.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Jarra orientalista com decoração de bambu e faisão - Sacavém


Jarra de faiança moldada, orientalista, em forma de balaústre oitavado. Sobre a cor azul-sèvres uniforme recebeu decoração a ouro, estampilhada à mão (?), com motivo de faisão e bambu, que se repete em duas das faces, e que alterna com a mesma composição sem o faisão em outras duas. Pé, bordo e parte inferior do gargalo receberam filetagem a ouro. No fundo da base, carimbos a verde Gilman & Ctª – Sacavém – Portugal e «0». Inscrito na pasta, «5» (?) e algo mais ilegível.
Data: c. 1945 – 55 (?)
Dimensões: Alt. 28 cm


O formato octogonal tem quatro faces mais largas que intercalam com igual número de faces estreitas. Trata-se, claramente, de uma forma oriental, conforme se pode constatar na imagem de jarra oitocentista chinesa, embora hexagonal, que se ilustra, influência que a decoração reforça, tanto pela temática como pela composição.


Embora tenhamos encontrado referências a jarras chinesas ou vasos orientais nas tabelas de preços da Fábrica de Loiça de Sacavém nas décadas de 40 e 50, não conseguimos apurar nada sobre esta peça, ainda que nos inclinemos para a sua datação dentro da segunda.


Nota: As fotografias não fazem jus à cor azul profundo de Sèvres, mas os fotógrafos são amadores como sabem ...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Jarra art déco quadrilobada com escorridos – Lusitânia - Coimbra



Mais uma jarra quadrilobada e lotiforme da Lusitânia, mas da unidade fabril de Coimbra. É idêntica à anterior embora de menores dimensões. Também a paleta cromática apresenta algumas diferenças, tais como a cor laranja de uralite ser mais clara, o amarelo subjacente estar mais presente e a cor manganês, para além de integrar os escorrimentos, pontilha parte da peça. No fundo da base, carimbo estampado, azul, Lusitânia-Coimbra.
Data: c. 1930
Dimensões: Alt. 15,5 cm



sábado, 7 de fevereiro de 2015

Jarra art déco quadrilobada com escorridos – Lusitânia - Lisboa


Jarra de faiança moldada, quadrilobada, lotiforme, cor creme finamente craquelé com escorridos, aplicados a aerógrafo, laranja sobre manganês e amarelo que escorrem numa irregularidade controlada em dois terços do bojo. Assenta sobre pé saliente em calote oval a preto. Interior branco. No fundo da base, carimbo estampado, verde, da unidade de Lisboa: escudo coroado Lusitânia, com Cruz de Cristo enquadrada pelas iniciais C F C L [Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitânia] sobrepujando Portugal.
Data: c. 1930
Dimensões: Alt. 29 cm


O modelo que hoje apresentamos já foi aqui mostrado em 7 de Janeiro de 2013, numa jarra produzida pela unidade de Coimbra da fábrica Lusitânia. Embora de maiores dimensões que a referida peça, que identificámos como sendo uma forma alemã, a decoração de escorridos e a própria cor, remete também para uma clara influência germânica, muito presente em peças produzidas, por exemplo, pela Carstens-Uffrecht.