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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Prato de cozinha com motivo de mesquita - Sacavém


Prato de cozinha de faiança moldada, formato circular com aba larga e lisa. Decoração central estampilhada e aerografada, policroma. Sobre fundo branco, duas estampilhas a amarelo e castanho estilizam o motivo de mesquita, com espelho de água em frente e margem oposta em primeiro plano, onde se erguem duas palmeiras (tamareiras), à esquerda, definidas por duas outras estampilhas a castanho-mel e verde. Bordo com barra aerografada a cor-de-rosa que se esfuma em direcção ao centro. No fundo da base, carimbos verde «Gilman & Ctª – Sacavém – Portugal» e «946».
Data: c. 1930-40
Dimensões: Ø32 cm x alt. 5,5 cm


A arquitectura de uma mesquita otomana à borda de água, muito provavelmente um rio, com as duas tamareiras em primeiro plano, servindo de repoussoir, remete para o exotismo de um qualquer deserto do Próximo Oriente, o Egipto, por exemplo. Como se a mesquita turca do Cairo tivesse descido até ao Nilo.

Decorações idênticas podem ser encontradas em bases para bolos alemãs (infelizmente perdemos uma das imagens que tínhamos para ilustrar) e noutras peças cerâmicas da mesma nacionalidade.

Embora com raízes ainda setecentistas e que o espírito do Romantismo desenvolveu, este tipo de representações de um misterioso e exótico Oriente Próximo alimentaram o imaginário do Ocidente século XX dentro. O fascínio que a espectacular descoberta do túmulo de Tutankhamon, em 1922, causou, ou antes a personagem Lawrence da Arábia (1888-1935) e a canção «The Sheik of Araby» (1921), depois o cinema, em filmes como «The Sheik» (1926), ou os cenários da intriga de algumas obras de Agatha Christie (o mais conhecido será «Morte no Nilo», de 1937), por exemplo, contribuíram para continuar a alimentar fantasias das “mil e uma noites” no imaginário e estética colectivos pelo menos até ao desencanto que eclodiu com a II Grande Guerra.


Exemplar idêntico já foi apresentado por MAFLS, que sobre o tema discorreu, e apenas rectificamos que se trata da decoração nº 946 «para malgas e pratos de cosinha», conforme desenho do fundo documental da antiga Fábrica de Loiça de Sacavém, disponível no Museu de Cerâmica de Sacavém - Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso, a quem dirigimos, uma vez mais os nossos agradecimentos, e conforme carimbo deste nosso exemplar.

Como os Reis Magos vieram do Oriente e o Menino também por lá nasceu, aproveitamos o motivo para desejar um


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Jarra art déco “elefantes e palmeiras” da Villeroy und Boch – Mettlach


Jarra bojuda art déco, de faiança moldada, craquelé, com aplicação sobre o vidrado de pintura à mão, policroma, com motivo intercalado de quatro elefantes e igual número de palmeiras estilizados. Na base, carimbo Villeroy & Boch- Mettlach e Made in Saar. Inscrito na pasta, um número ilegível.
Data: c. 1931-35
Dimensões: Alt. 22,5 cm x diâm. máx. c. 21 cm

A pintura, expressionista, revela uma grande liberdade de pincelada, predominando os tons terrosos e cinzas que fazem ressaltar o verde da vegetação.


Trata-se de um outro exemplo de exotismo cuja temática, mais uma vez, nos remeterá para a Exposição Colonial de Paris de 1931. Neste caso, uma jarra fabricada pela V&B, cuja história já aqui focámos, que, em consequência da 1ª Guerra Mundial, se encontrava em território administrado pela França e pelo Reino Unido entre 1920 e 1935, data em que, por plebiscito, a Bacia do Sarre foi devolvida à Alemanha.