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sábado, 1 de setembro de 2012

Taça com patos e nenúfares da Aleluia - Aveiro



Grande taça de faiança moldada com decoração exterior de nenúfares e ondulação estilizada no bordo, preto, castanho e ocre, sobre fundo cinza. Interior decorado com 6 patos-reais, de asas abertas, sobre fundo preto junto ao bordo a branco, com pescoços esticados em direcção ao centro, com flor castanha e folhagem de nenúfar ocre sobre fundo cinza e ondulação estilizada a castanho e ocre. No fundo da base, pintado à mão a preto, Aleluia Aveiro, inscrito na pasta 87 e, também a preto, um traço e A pintados à mão. É com Nº 87.–.A que nos aparece identificado no Catálogo de loiças decorativas das Fábricas Aleluia. Aveiro, de inícios dos anos 40
Data: c. 1935 - 40
Dimensões: Ø 36 cm



Embora a estilização e a repetição gráfica dos ornatos e as cores planas insinuem uma modernidade outra, tal como o tinteiro apresentado em 17 de Agosto passado, também a decoração desta peça remete para um gosto curvilíneo ainda Arte Nova.

A taça apresenta afinidades evidentes com o jarrão das cegonhas publicado por MAFLS, que aqui reproduzimos acompanhado da imagem do catálogo. São peças claramente de uma mesma “série”, com representação de fauna e flora lacustres, certamente associadas à Ria de Aveiro. Os nenúfares são idênticos em ambas as peças.


Este gosto tardio Arte Nova está ainda muito presente em alguma produção das peças Aleluia-Aveiro dos anos 30. Aliás, não é caso único no país - já aqui falámos deste gosto tardio a propósito dos azulejos de Sacavém aplicados em edifícios de gramática art déco-modernista .

Se é sobretudo ao nível da decoração, ao nível das formas Arte Nova, há pelo menos uma, que não possuímos mas que aqui igualmente ilustramos retirada do citado catálogo, que remete para modelos do alemão Max Laeuger.

sábado, 30 de junho de 2012

Jarra art déco com flores de Max Laeuger - Karlsruhe


Jarra bojuda de argila vidrada com esmaltes espessos que fazem ressaltar, sobre o fundo creme, a profusa decoração estilizada de ramos a preto e flores verdes que preenchem a totalidade da superfície da peça. Bocal realçado a preto. Interior a creme. Na base, inscritos na pasta, carimbo da manufactura Karlsruhe, seguido de «1862» (modelo) e «PROF. LÄUGER», « Made in Germany» e «fe 30»
Data: c. 1920
Dimensões: Alt. c. 15 cm

Läuger)é director do departamento de design da "Staatliche Majolika Manufaktur" em Karlsruhe. Neste período dão-se alterações substanciais nas suas criações, embora no caso desta jarra ela ainda apresente afinidades com as peças que criou anteriormente para Kandern, caso do jarrão já mostrado. Todavia, a ornamentação tornou-se mais gráfica o que lhe confere um gosto mais art déco do que propriamente Arte Nova.



sexta-feira, 8 de junho de 2012

Jarra com flores Arte Nova de Max Laeuger – Kandern - Alemanha



Jarra em forma de balaústre, de barro vidrado com esmaltes espessos que formam relevo, de cor de fundo verde pálido com decoração de flores castanho alaranjado que, desabrochando no topo de hastes esguias e curvas, ao gosto Arte Nova, verde carregado, como a folhagem densa na parte inferior da jarra que emerge de um fundo preto. Na base, inciso na pasta, carimbos KML [Max Laeuger Kandern] inscrito num quadrado e GESETZL e GESCHTZT (?), inscrito num rectângulo. À mão, também inciso, 106 H.
Data: c. 1900
Dimensões: Alt. 39,5cm


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Jarrão com rosas Arte Nova - Max Laeuger - Kandern



Jarrão bojudo de argila vidrada com esmaltes espessos que formam relevo, de base creme com decoração de espinhos a preto, formando uma quadrícula oblíqua que vai estreitando em direcção à base e ao gargalo, enquadrando rosas a preto e castanho alaranjado estilizadas ao gosto Arte Nova mackintoshiano. Na base, marcado na pasta, KTK inscritos num quadrado (de Kunsttöpferei Tonwerke Kandern) e 933 e 4.
Data: c. 1905-10
Dimensões: c. 25 cm x c. 25 cm

As peças produzidas em KTK, como é o caso do jarrão de hoje, embora não tenha a assinatura de Max Laeuger sobreposta à da própria manufactura, é, quanto a nós, sem dúvida da sua autoria. Veja-se o exemplar idêntico devidamente identificado exibido na Exposição de Bruxelas de 1910 (in catálogo: BREYER, Robert – German arts and crafts at the Brussels exhibition. Stuttgart: Julius Hoffmann, 1910, p. 118).
Neste modelo, tal como no nosso, regista-se a presença das características rosas estilizadas à maneira de Mackintosh revistas pela Secessão Vienense.



Max Läuger ou Laeuger, (1864 – 1952) foi um dos mais importantes designers alemães. Criador multifacetado, trabalhou tanto arquitetura de interiores e jardins como o desenho industrial, a pintura, a cerâmica e o vidro, por exemplo. Tendo estudado na Academia de Artes e Ofícios, em Karlsruhe, de 1881 a 1884, onde vai dar início a uma bem sucedida carreira de ceramista, passa a ensinar desenho e modelagem na mesma escola até 1898, tendo passado a professor em 1894. Em paralelo, em 1885, estuda arquitectura de interiores e jardins, na Universidade Técnica de Karlsruhe.
As fábricas de cerâmica de Kandern estavam em crise nos finais do século XIX. A produção tradicional de aquecedores cerâmicos a que, sobretudo, se dedicavam foi arruinada pela nova produção industrial de aquecedores de ferro fundido que então invadiam o mercado. Para tentar minorar a gravidade da situação, o Ministério do Comércio do Grão-Duque de Baden escolheu Max Laeuger para modernizar a produção cerâmica desta cidade do Grão-Ducado de modo a ensinar os ceramistas tradicionais a inovar as suas produções de acordo com as novas tendências decorativas da altura. Assim, quando em 1893 Laeuger começa a trabalhar na Tonwerke Kandern, de onde provêem as primeiras cerâmicas datadas, a sua primeira fase criativa segue as tendências formais da Arte Nova (Jugendstil) com predomínio para os motivos vegetalistas, com padronagens repetitivas e regulares. Laeuguer manteve as técnicas da cerâmica tradicional criando novos padrões decorativos. Alia, assim, a perfeição do artesanato de alta qualidade à produção industrial. Um dos princípios fundamentais da Deutscher Werkbund  (da qual foi co-fundador em 1907), e, posteriormente, da Bauhaus, como já tivemos oportunidade de dizer quando falámos de Paul Speck.
Suceder-se-ão, depois, as influências da Secessão alemã e do Wiener Werkstätte. Em ambas as fases a tendência é para o preenchimento total das superfícies cerâmicas. Só depois de 1920 aparecem animais e figuração humana nas suas criações, que vão ganhando um estilo cada vez mais expressionista. É neste período, de 1921 a 1929, que é director do departamento de design da "Staatliche Majolika Manufaktur" em Karlsruhe, de que haveremos de mostrar outra jarra.
Durante os anos 30 e até 1944, Max Laeuger trabalhou como artista independente até ao bombardeamento do seu estúdio, em Pinneberg,após o que regressou a Lörrach, sua terra natal.




As peças cerâmicas, sobretudo jarras, potes e afins, com desenhos e cores aplicados com esmaltes de tal modo espessos que adquirem um relevo pronunciado, pela sua qualidade estética tornaram-se clássicas.
A produção da cerâmica tradicional com desenhos de Max Laeuger foi considerada a mais elevada forma de expressão cerâmica na Alemanha da época e influenciou muitos criadores cerâmicos do século XX.
Parte do sucesso destas peças também se deve ao pintor Hermann Hakenjos que, chegado a Kandern em 1895 com Max Laeuger, transpunha os desenhos do mestre para os diferentes modelos de forma exemplar. Haveria de ser director da fábrica de 1920 a 1929.
Graças à sua expressividade e inovação, recebe medalhas de ouro nas exposições universais de Paris, em 1900, de St. Louis, em 1904, e de Bruxelas, em 1910. Já no final da sua vida, foi-lhe atribuído o Grande Prémio da Trienal de Milão em 1951, um ano antes da sua morte.
Independentemente de todos estes predicados que acabámos de expor, Max Laeuger é uma das nossas paixões enquanto coleccionadores. Só lamentamos ter tão poucas peças da sua autoria.