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domingo, 17 de abril de 2016

Algumas reflexões a propósito do cinzeiro “Pato” modelo 761-A – Aleluia-Aveiro

Já que estamos em maré de cinzeiros divertidos da Aleluia-Aveiro, hoje trazemos mais um. Novamente um pato mas desta vez de tridimensionalidade assumida. Trata-se do modelo 761com a decoração «A» - a mesma paleta de cores do pato anterior.


Cinzeiro de faiança moldada e relevada representando um pato estilizado. A figura arredondada do animal, com cabeça curvada sobre o dorso, onde se inscreve o covo pintado à mão a preto, tem corpo amarelo-pálido nacarado. Olhos redondos brancos com apontamentos a preto e bico a cor-de-laranja-forte também pintados à mão. A curvatura da cauda, sobre o dorso, serve de apoio de cigarro. No fundo da base, carimbo castanho «Aleluia-Aveiro», com um símbolo semelhante a «%» pintado à mão, a preto, no centro, e «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo, com o «F» retocado manualmente a preto. Pintado à mão, a preto, «761-A».
Data: c. 1955
Dimensões: alt. c. 10 cm x comp. c. 15 cm x larg. c. 11 cm


Cinzeiro individual e não de partilha colectiva, é mais um brinquedo para diversão de adultos fumadores e/ou donas de casa com sentido de humor. Talvez um escape doméstico, uma fuga à aridez plúmbea para quem (sobre)viveu no Portugal de então, sob um regime ditatorial pacóvio e provinciano mas de repressão eficaz que sufocava tudo e todos. Por isso intrigam estas peças.

Que quotidianos enfeitaram, que vidas partilharam, que alegrias trouxeram, que deslumbramentos ou que aversões causaram? Estas e tantas outras perguntas.

Embora diversas fábricas de cerâmica nacionais seguissem uma produção consentânea com o que por essa Europa se fazia na década de 1950, em França, Itália ou Alemanha, sobretudo, recorrendo muitas vezes à cópia descarada, a Aleluia-Aveiro foi, em nossa opinião, como já o escrevemos algures neste blogue, a mais original e criativa de todas elas. Se a maioria das formas encaixam nessa produção internacional, roçando por vezes o plágio, a liberdade com que a paleta cromática foi aplicada nesta fábrica deu-lhe uma identidade tão pessoal que as suas peças são inconfundíveis.

Não será o caso deste e do pato anterior, claro, mas entram aqui estas considerações porque formas e cores, enquanto escapismo lúdico, fazem-nos pensar que terão permitido gozar uma pequenina e estranha lufada de ar fresco. Uma alegria brincalhona na seriedade do dia-a-dia de uma sociedade fechada e amorfa. Ainda estamos para compreender como é que estes objectos entraram e se instalaram nesse mundo.


Parece-nos claro que terá sido uma produção cerâmica que diríamos rarefeita no panorama da fábrica Aleluia-Aveiro que, paralelamente, comercializava objectos mais convencionais. Porém, havia um público que as consumia. E não seria só uma elite mais esclarecida, como se poderia pensar, até porque seriam de custo relativamente acessível, antes compradas como tique de contemporaneidade também por pessoas simples, populares, que as introduziam no seio do lar. Como se integravam nos ambientes conservadores e sem gosto definido levanta-nos alguma estranheza. Todavia, a nossa vida profissional permitiu-nos ter um vislumbre dessa realidade, pouco prazenteiro esclareça-se já, mas também a amostragem não é, de todo, significativa, de como tais peças modernas da Aleluia-Aveiro se cruzaram com essas vidas de pacatos e banais habitantes, pelo menos os da Lisboa onde habitamos.

Nesse contexto, cruzámo-nos, mais do que uma vez, com estas peças perdidas, como ET’s, em ambientes “hostis”, abundantes de quinquilharia de feira e gosto duvidoso. Um toque superficial de modernidade sem conteúdo.

Uma com o modelo que apresentámos em 11/12/2011 e em 01/02/2013, mas com outra decoração, estava em cima de um naperon numa cómoda Queen Anne de fancaria, cheia de areia e flores de plástico, entre objectos heteróclitos, velhos retratos de família em molduras de plástico e caixas de comprimidos. Nada de gostos sofisticados subjacentes, provocações pop assumidas, ou sequer um complemento de outros objectos da mesma cronologia e gosto.

Uma outra jarra igualmente freeform, de modelo que não voltámos a ver, listada de amarelo, preto e branco,– que desperdício – jazia, também ela cheia de areia e flores de plástico (parece ser uma constante), sobre uma pequena mesa de apoio com tampo triangular de cantos arredondados, revestido de fórmica, metade encarnado e resto em preto, com três pernas à “Picasso”, também ela um anacronismo no acanhado espaço atulhado de banalidades kitsch. Não tinha, tal como a mesa, qualquer viço. Sendo ambas divertidas, não traziam qualquer alegria. Em ambos os casos funcionavam como estranhas chamas coloridas na asfixia circundante, mas fora de cena, destoantes.

Terão sido prendas de casamento de familiares e/ou amigos que, capazes de fugir à rotina do já visto, assumiam que um casal jovem, acabado de casar, quereria ser moderno? Teriam sido compradas pelas próprias donas de casa que num fugaz momento de deslumbramento pelas novas formas não resistiram à tentação de as comprar mas quedou-se por ali o rompante de loucura? Presente de um marido disposto a abrir as portas da sua casa ao mundo contemporâneo?

Infelizmente a circunstância profissional das visitas não nos permitiu esclarecer estas questões.


Fosse qual fosse a intenção ou a origem, o desapontamento do que vimos foi total. Nos anos de chumbo do salazarismo dificilmente um casal popular ultrapassaria a mediocridade quotidiana pois o acesso à informação e à cultura era praticamente nulo e reservado a pequenos grupos sociais segregados e maioritariamente segregadores (a televisão ainda não existia por cá e, quando passou a existir, era tão cinzenta no preto e branco como a demais realidade), para mais num país com um índice de analfabetismo escandaloso (a rondar os 50% em 1950 e os 40% em 1960).

Fantasistas, brincalhonas e bem-dispostas (e hoje são para nós, colecionadores, um vício pior que o tabaco) as criações da Aleluia-Aveiro permitem-nos não apagar a memória, antes apaziguar as feridas do passado ao possibilitar-nos reflectir sobre ele, porque não é melhor não pensar.

domingo, 3 de abril de 2016

Cinzeiro “Pato” – modelo 762-A – Aleluia-Aveiro

Depois de mais um longo interregno, voltamos ao activo com uma peça divertida.


Cinzeiro de faiança moldada e relevada representando metade de um pato estilizado visto de lado. A figura relevada e arredondada do animal tem corpo amarelo-pálido nacarado, cujo covo é pintado à mão a preto, cor que destaca também o olho redondo. A asa, que serve de apoio de cigarro, assim como bico e cauda são a cor-de-laranja-forte também pintado à mão. No fundo da base, carimbo castanho «Aleluia-Aveiro» com um «ɸ» (?) pintado à mão, a preto, no centro e «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo. Pintado à mão, a preto, «762-A» (número do modelo e decoração). No frete, pintado à mão, a preto, «V» (?)
Data: c. 1955
Dimensões: comp. 13 cm x larg. c. 12 cm x alt. 3 cm


Trata-se do modelo 762 e, mais uma vez, estamos perante a primeira decoração, a «A», de uma série.


Este tipo de peça zoomórfica é, em nossa opinião, um contrassenso. Por um lado a sua função destina-se claramente a um público adulto, por outro, a figura, neste contexto, anacrónica de um pato de banda desenhada infantil mostra-nos um brinquedo.
Brinquemos, pois, com a ideia, certamente a preferida dos adeptos das teorias de conspirações ocultas de multinacionais sedentas de lucro, neste caso as tabaqueiras, de que a forma tinha como missão apelar ao consumo de cigarros por parte dos mais jovens – incentivando-os ao acto ilícito de fumar, fomentando o vício.
Porém, parece-nos um tanto ou quanto excessiva tanta maldade premeditada. E daí…
O lúdico também tem um papel importante na vida dos adultos, torna-a mais relaxada e menos sufocante. E as peças da Aleluia-Aveiro entre 1955-65, mesmo as mais eruditas, trazem subjacente essa ideia.


Imaginemos exemplos de cenários possíveis onde a presença de um simples cinzeiro divertido poderia marcar a diferença no mundo supostamente responsável dos adultos.
Um exemplo seria o simples acto de chegar a casa depois de um dia cansativo de trabalho e sentar-se a fumar um cigarro, eventualmente a ler o jornal (nos anos 50 ou inícios da década seguinte, no Portugal de então, estaríamos a falar do homem da casa, claro), parece-nos credível que o simples olhar para o objecto onde pousava o cigarro, pela forma e pela radiância e alegria das cores, despertasse, no mínimo, um sorriso. Voltava-se à infância num acto de adulto.


Outro exemplo, em dias de convivialidade com amigos que se convidavam para uma festa lá em casa, no meio de um espaço sobrecarregado de fumo e vapores etílicos, o mesmo cinzeiro poderia proporcionar alguns momentos divertidos, dando azo a comentários mais ou menos brincalhões, despertando a criança que há dentro de todos.

Um objecto de pessoa crescida bem-disposta, e porque não?

sábado, 8 de agosto de 2015

Ainda a propósito do cinzeiro-cigarreira art déco «Gato» - Sacavém

Relativamente ao cinzeiro, formato «Gato», postado em 15 de Março passado, verificámos que, por distração (estávamos mesmo a precisar de férias), nos esquecemos de publicar a fotografia, de 1941, constante do acervo do Museu de Cerâmica de Sacavém -Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso (MCS-CDMJA), cujos créditos e colaboração agradecemos. É bem exemplificativa de como era utilizado este cinzeiro bem-humorado.


Como referimos então, a peça aparece referida com o nº 272 nas tabelas de preços de faianças decorativas de 1941 (10$00), de 1945 (15$50) e 1951 (20$00), e não, mais um lapso, 1950 ...

domingo, 15 de março de 2015

Cinzeiro-cigarreira art déco «Gato» - Sacavém


Cinzeiro-cigarreira de faiança moldada e policroma, suavemente craquelé, em forma de gato estilizado. O animal, de cor alaranjada e nacarada, com apontamentos a preto, é representado deitado de barriga para cima, formando uma concavidade que serve de receptáculo para as cinzas, com patas dianteiras também para cima e patas traseiras segurando o rabo. Na cabeça erguida, de grandes olhos azuis esbugalhados e expressão sorridente sob os bigodes, com uma abertura circular no canto esquerdo da boca para um cigarro, tem um chapéu, cor de laranja com pala preta, perfurado por cinco orifícios circulares para enfiar cigarros. No fundo da base, carimbo azul acinzentado «Gilman & Cta – Sacavém» e «Made in Portugal». São visíveis as marcas da trempe.
Data: c. 1935-45 (?)
Dimensões: Alt. 9,5 cm x larg. 9,5 cm x comp. 9,5 cm


A figura corresponderá à designação «Cinzeiro Formato Gato», com o nº 272, que aparece nas tabelas de preços de «Loiças decorativas em faiança» de 1945, a 10$00 (na de 1950 aparece a 20$00).

A gramática estilizada da peça em forma de gato remete-nos para a banda desenhada da época, e para o famoso Gato Felix (Felix the Cat), de quem já aqui escrevemos, no post de 1 de Junho de 2013, a propósito de gato da Lusitânia-Coimbra.

Peça irónica, o animal ostenta uma expressão sorridente, arriscamos mesmo a dizer viciosa, tal o deleite transmitido pelo prazer de fumar. É reflexo de uma época em que os pequenos bibelots preenchem o vazio do quotidiano com cor e humor.


O período entre as duas Grandes Guerras oferece-nos uma miríade de objectos fantasistas que povoam as decorações de interiores e quotidianos. Foram anos onde o bibelot e a ironia fizeram parte de um universo onde se simplificaram formas e decorações por oposição ao gosto mais rebuscado da Belle Époque. O Art Déco, nas suas mais variadas expressões estéticas, permitiu superar a angústia da carnificina da I Guerra e nos Anos Loucos as pessoas aprenderam a rir-se de si mesmas. Se por um lado, numa primeira fase, concebeu ambientes e objectos luxuosos, selectivos e requintados, por outro lado, depois de 1929, a Grande Depressão propiciou uma produção de massas mais em consonância com os tempos de crise que se viviam e onde opções estéticas mais populares do estilo contribuíram para a criação de ambientes descontraídos, coloridos e cheios de vida. Em todo o caso, a tendência foi ambos os tempos serem modernos e, dentro do possível, feéricos. 



terça-feira, 7 de outubro de 2014

Cinzeiro 534/A – Aleluia - Aveiro


Cinzeiro de forma tendencialmente poliédrica, com cinco faces de ângulos arredondados dentro da organicidade das freeforms. Na face aberta projecta-se uma gola onde se inscreve o suporte para o cigarro. O interior é aerografado, em esfumado, a castanho-escuro, com o canal para o cigarro pintado à mão da mesma cor embora mais carregada. Exteriormente a superfície foi estampilhada à mão a verde, deixando em reserva bandas sinuosas brancas que foram polvilhadas de pontos a amarelo-torrado. No fundo da base, carimbo preto «Aleluia Aveiro», com «c» pintado à mão, no interior (marca do pintor), sobrepujando «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo. Pintado à mão, a preto, 534/A (modelo e decor).
Data: c. 1955-60
Dimensões: Alt. 9 cm x comp. 11 cm


Cores e decoração remetem a presente peça para a mesma série da taça que postámos em 3 de Novembro de 2013. Embora sem motivos marinhos precisos, o movimento da peça, quer pelo arredondado que a forma de sólido geométrico recebeu, lembrando um seixo rolado, quer pelo sinuoso da decoração, como algas ondulantes, sugere um universo aquático.

sábado, 31 de maio de 2014

Cinzeiro art déco - Lusitânia - Lisboa


Conjunto monolítico, multifunções, de faiança moldada, art déco, para fumador composto por três partes interligadas (cinzeiro, cigarreira e fosforeira). Sobre a cor branca base, decoração estampilhada geométrica a ocre, encarnado e azul. No fundo da base carimbo verde em forma de escudo com cruz de Cristo, encimado por coroa, Lusitânia CFCL - Portugal
Data: c. 1935
Dimensões: Comp. 11,2cm x larg. 9,1 cm x alt. 6,6 cm


Quando em 2011 o comprámos na tradicional feira de velharias no jardim de Algés, era uma incongruência de modernidade perdida no meio da convencionalidade dos demais objectos que habitualmente vemos à venda nestes espaços. Uma surpresa agradável para quem procura algo diferente.


Demasiado moderno ainda para os gostos de hoje dirão alguns. Houve mesmo quem, apesar de o achar moderno, apontasse logo ser português (via-se logo), dada a presença do ondulante tradicional beiradozinho de telha de canudo nacional. Não partilhámos desta última opinião, pois era funcionalidade apenas o que víamos na sequência ondulada onde pousar o cigarro aceso.


Não podia ser desenho português, evidentemente, não havia por cá à época quem andasse pelos campos do experimentalismo formal, e conceptualidade era assunto então também fora do cardápio da produção industrial nacional.



Todavia, demorou até encontrarmos nas nossas pesquisas o modelo que deu origem a esta peça fabricada em Portugal. Trata-se da forma número 3072 produzida pela inglesa Royal Doulton, com marca usada entre 1927 e 1936, cujo exemplar que aqui mostramos apresenta a decoração «Tango». Não foi só a Fábrica de Loiça de Sacavém a conhecer o impacto da produção britânica nos anos 30.



sábado, 27 de outubro de 2012

Cinzeiro art déco – Lusitânia Coimbra



Cinzeiro art déco de faiança moldada e relevada, com vidrado mate cor de marfim, craquelé. A taça apresenta rebordo ondulado encaixada em três pés espiralados que se prolongam para dentro da taça como suporte para cigarros. No fundo da base, carimbo estampado verde, pouco legível, Lusitânia [ELCL – Coimbra – Portugal]
Data: c. 1930
Dimensões: Larg. 13 cm x alt 2,5 cm



Os enrolamentos dos pés remetem formalmente para o desenho das asas de uma série de peças concebidas pelo suíço Paul Bonifas (1893-1967), como se ilustra.
 
 

sábado, 29 de setembro de 2012

Cinzeiro art déco zoomórfico “Foca” - Electro Cerâmica - Candal


Cinzeiro de porcelana moldada representando uma foca estilizada, branca com concavidade a amarelo, cor que aparece também pontuando olhos e focinho. O animal apresenta a cabeça voltada para trás e a cauda dobrada sobre o corpo formando asa. Pela simplificação das formas insere-se ainda no espírito da produção animalística art déco. Na base, carimbo verde EC inscrito num quadrado na oblíqua sobrepujando o nome Candal.
Data: c. 1945
Dimensões: Comp.: 13x larg. 11cm x alt. 10,5





Numa das exposições no Museu Nacional do Azulejo, em 2009, no conjunto de peças adquiridas pelos Amigos do Museu apareceu um modelo semelhante, em que a foca, cuja imagem reproduzimos, era totalmente no mesmo tom de amarelo e com função meramente decorativa. Junto a ela aparece um passarinho cubizante da Vista Alegre que também já postámos em versão amarela.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cinzeiro anos 50, modelo 630-L “naipes de cartas” – Aleluia-Aveiro



Peça de faiança moldada, de forma orgânica, de taça ondeante, com decoração pintada à mão. O exterior é de cor preta e o rebordo de cor-de-rosa alilasado, claro, e nacarado, encurva-se num dos lados sobre o interior formando a reentrância onde se pousa o cigarro. O interior, de fundo branco, é cortado por três linhas a preto, amarelo e encarnado, que se cruzam e, entre elas, os naipes de cartas de jogar nas cores respectivas. Na base, carimbo estampado, castanho claro, Aleluia-Aveiro e Made in Portugal, em cujo centro aparece, escrito à mão a preto, x. Sob o carimbo, também escrito à mão a preto, 630-L (modelo).
Data: c. 1955
Dimensões: 12,5 cm x 10 cm x c. 6 cm


Dado CMP ter retomado o cinzeiro modelo 630, aproveitamos para, também nós, deixar mais uma contribuição visual para a inventariação das diversas variantes decorativas e cromáticas do cinzeiro Aleluia-Aveiro modelo 630 que, entretanto, adquirimos.

Quando em 19 de Fevereiro passado apresentámos os dois cinzeiros que, então, tínhamos na nossa colecção anos 50 da referida fábrica, o modelo 630 e a sua variante decorativa 630-A, graças aos comentários de outros bloguers, coleccionadores e entusiastas ficámos a perceber a lógica alfa-numérica que os nomeava. Um deles referia a variante que hoje mostramos e que muito contribuiu para esse entendimento (obrigado Hugo).

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Cinzeiro anos 50, modelo 630-A - Aleluia-Aveiro




Peça do mesmo modelo 630 apresentada anteriormente, mas com decoração distinta, neste exemplar devidamente identificada com a letra A. Aqui o exterior é preto, com rebordo branco, e o interior azul claro apresenta uma composição orgânica, de linhas curvas concêntricas, a branco. A qualidade desta peça é muitíssimo inferior quer do ponto de vista plástico quer técnico à do post anterior. Na base, carimbo estampado, castanho claro, Aleluia-Aveiro e Made in Portugal, em cujo centro aparece, escrito à mão a preto, %. Sob o carimbo, também escrito a preto, 630-A (modelo e decor).
Data: c. 1955
Dimensões: 12,5 cm x 10 cm x c. 6 cm


Cinzeiro anos 50, modelo 630 - Aleluia-Aveiro




Peça de faiança moldada, de forma orgânica, de taça ondeante, com decoração pintada à mão. O exterior, de cor branca, assim como o rebordo, encurva-se num dos lados sobre o interior formando a reentrância onde se pousa o cigarro. No interior, de fundo preto, recorta-se uma silhueta curvilínea de mulher estilizada, em nossa opinião de influência matissiana, a amarelo, branco, laranja e nacarado-cinza, enquadrada por um pontilhado a amarelo e laranja.Na base, carimbo estampado, castanho claro, Aleluia-Aveiro e Made in Portugal, em cujo centro aparece, escrito à mão a preto, x. Sob o carimbo, também escrito à mão a preto, 630 (modelo).
Data: c. 1955
Dimensões: 12,5 cm x 10 cm x c. 6 cm

A curiosidade da peça que se apresenta é que ela só tem o número 630 do modelo e não tem indicação da decoração que corresponderia a uma letra, tal como aventa CMP que já apresentou um cinzeiro deste modelo no seu blogue dedicado à cerâmica moderna, com outra decoração, O ou G, e alertava para a possibilidade da letra no centro do carimbo ser a identificação do pintor, o que nos parece muito plausível. No caso desta nossa peça, seria ela a primeira de uma série a que depois se deu continuidade?