domingo, 30 de agosto de 2015

Jarra globular – Sainte Radegonde - França


Jarra de faiança moldada, de forma globular, a verde esponjado, com bocal coroado por enrolamento serpentiforme, a branco, que pende, lateralmente em simetria, em dois lados, sobre o bojo. No fundo da base, inscrito na pasta, um machado da manufactura de Sainte Radegonde e, a verde, dois pontos.
Data: c. 1925-30
Dimensões: alt: 20.50 cm x Ø 14.00 cm


Na verdade nada sabemos de muito concreto sobre esta produção da Fábrica de Sainte Radegonde, perto de Tours, na Touraine.

A marca com machado, hache em francês, foi registada em 1890 por Gustav Asch (1856-1911), que fundou a empresa. De origem austríaca, a fonética do seu apelido é idêntica à palavra francesa.


Este tipo específico de peças, segundo algumas referências encontradas na net, e não confirmadas em outras fontes, terá sido produzido pelo Atelier de Cerâmica de Sainte Radegonde, entre 1923 e 1926 quando a unidade fabril fazia parte do estúdio «Primavera», sendo então seu director artístico René Buthaud. Outras informações apontam para cerca de 1930 e há mesmo quem remeta para a década de 1950. Todavia, esta última datação parece-nos ser a menos provável porque a técnica da serpentina de secção circular dos enrolamentos e serpenteados ter-se-á perdido por alturas da Segunda Guerra Mundial.

Seja como for, quando pela primeira vez, na década de 80 do século passado, ficámos a conhecer estas peças, atraiu-nos a originalidade e, por vezes, o humor e extravagância de formas e ornamentação que nos fazia lembrar pastelaria decorada a chantilly.

Se quiserem partilhar informações de que disponham para satisfação da nossa curiosidade e conhecimento intelectual, agradecemos.

domingo, 23 de agosto de 2015

Jarra art déco com três asas (grande) e flores cor-de-rosa – Aleluia-Aveiro


Hoje apresentamos mais uma jarra art déco com três asas da Aleluia-Aveiro. Se no post de 24 de Julho passado apresentámos o modelo 20, hoje postamos o modelo 21. Trata-se da mesma forma, embora esta de maiores dimensões. Sobre as suas muito prováveis origens germânicas, com base numa criação da Rosenthal, também escrevemos então.

De cor branca de fundo, a jarra recebeu decoração estampilhada manualmente a preto e cor-de-rosa, a cheio e em aguadas. Entre as caneluras do bojo, debruadas por filete preto e aguada, pendem festões vegetalistas estilizados, com folhagem a preto e aguada a enquadrar duas flores, uma de maior dimensão parcialmente sobreposta a uma de menor tamanho, nos tons de rosa e apontamentos a preto. Pendem de um anel cor-de-rosa aguado com perolado mais intenso, delineado por duas fiadas de filetes a preto, que cinge a parte inferior do colo. Este é ornado por folha composta digitada (motivo que se repete no início e fim dos festões, a lembrar as folhas do castanheiro-da-Índia) pendendo do filete a preto que realça o bocal, entre as ligações superiores das três asas cujas extremidades são pintadas a preto, a cheio e duas aguadas, em degradé. O pé saliente é delineado na extremidade por aguada e filete preto sobrepujados por perolado da mesma cor. No fundo da base, dois carimbos rectangulares a preto, um «Fábrica Aleluia-Aveiro», outro «Fabricado em Portugal», e, inscrito na pasta, «21» seguido de «B» pintado à mão a preto, ao lado de «†» (?) inscrito na pasta.
Data: c. 1935-45
Dimensões: alt. 20,5 cm

Estamos perante o modelo nº 21, e a segunda decoração da série, como indica a letra «B». Esta jarra aparece representada no Catálogo de loiças decorativas das Fábricas Aleluia-Aveiro,de inícios da década de 40, com mesma dimensão e numeração.


Nota: Quando no referido post anterior escrevemos a propósito da jarra «Ângelo», da Vista Alegre, não estamos exactamente perante a mesma forma, como, por lapso, referimos, mas uma sua variante com quatro asas, como MAFLS muito bem notou. 

sábado, 8 de agosto de 2015

Ainda a propósito do cinzeiro-cigarreira art déco «Gato» - Sacavém

Relativamente ao cinzeiro, formato «Gato», postado em 15 de Março passado, verificámos que, por distração (estávamos mesmo a precisar de férias), nos esquecemos de publicar a fotografia, de 1941, constante do acervo do Museu de Cerâmica de Sacavém -Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso (MCS-CDMJA), cujos créditos e colaboração agradecemos. É bem exemplificativa de como era utilizado este cinzeiro bem-humorado.


Como referimos então, a peça aparece referida com o nº 272 nas tabelas de preços de faianças decorativas de 1941 (10$00), de 1945 (15$50) e 1951 (20$00), e não, mais um lapso, 1950 ...