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domingo, 15 de outubro de 2017

Jarra art déco com flores de Raoul Lachenal – França


Jarra art déco de grés porcelânico, modelada em forma de balaústre, de cor verde-bronze antigo mate, com decoração de flores estilizadas, a branco-mosqueado igualmente mate, de corolas poligonais irregulares, raiadas a partir de centro circular. As flores, de diferentes tamanhos, serpenteiam de um só lado subindo pelo bojo, num esmalte espesso delineado a corda seca. Bocal saliente em forma de anel liso. No fundo da base, pintado à mão, a castanho, «Raoul Lachenal».
Data: c. 1920
Dimensões: Alt. 18 cm


Trata-se de uma peça bem exemplificativa do abandono da estética Art Nouveau por Raoul Lachenal que, mantendo o japonismo, aligeira e geometriza a decoração de acordo com os novos cânones que a exposição de Paris de 1925 haveria de sintetizar. Uma estética que, na sua simplificação de formas e decorações, oscilou entre o culto do objecto único e irrepetível e a produção seriada para consumo mais alargado.

Claramente influenciada pelas formas e decorações do Extremo Oriente, esta jarra remete igualmente para os trabalhos de bronze dessa região e para a dinanderie tão em voga na França à época.

A técnica do petit feu utilizada por este ceramista, que integra um grupo menos preocupado com a tradição, procura a renovação da arte milenar da cerâmica graças a novas experimentações mais abertas ao tempo que passa, às modas ou à própria personalidade dos criadores. (Edgar Pelichet – La Cèramique Art Déco, 1988).

Dado o esmalte verde-bronze não recobrir uniformemente a superfície da jarra, transmite a ilusão de uma pátina antiga, de matéria envelhecida e suja pelo tempo, ideia retomada no branco-mosqueado das flores, o que confere à peça um requinte e uma sumptuosidade de grande expressividade.

Raoul Lachenal, percebendo o seu tempo, foi dos poucos grandes ceramistas mundiais, a par de Bonifas, que, sem abdicar da peça artística e única, procurou produzir seriados.


Um aparte: quando, na nossa colecção, integramos peças Arte Nova japonizantes, pretendemos ilustrar, para nosso gozo pessoal, a evolução de um gosto que marcou indelevelmente a estética ocidental e a Art Déco em particular, de que esta jarra é um modelo exemplar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pote para tabaco Art Déco – Raoul Lachenal



Grande pote para tabaco, de grés moldado e parcialmente esmaltado, craquelé, a azul com decoração vegetalista, de grandes flores turquesa, composto por 3 partes: um recipiente cilíndrico, não vidrado, com gola saliente vidrada a azul, sobre o qual se coloca tampa com pega em forma de botão e que encaixa no recipiente exterior decorado. Na base dedicatória escrita à mão “A mon ami Léon Raquin” e assinada Raoul Lachenal. Dado tratar-se de uma oferta pessoal acreditamos que seja peça única.
Data: c. 1930
Dimensões: alt. 12,5 cm x diâm. 18,5 cm



Raoul Lachenal (1885-1956), tendo sido formado no atelier de seu pai, Edmond Lachenal (1855-1930), aperfeiçoa a técnica da modelação e do torno noutros ateliers, nomeadamente no de Jeannin e Guerineau. Raoul trabalhou no estúdio do pai até 1911, data em que criou  a sua própria fábrica em Boulogne-sur-Seine. Começando por fabricar porcelana alargou posteriormente a produção à faiança e ao grés.
As necessidades de inovação levam-no a pesquisas sobre o grés que vai levar a efeitos imprevistos e inovadores como escorridos claros, vivos, preciosos, bem acolhidos pela crítica.
As suas criações pessoais, assinadas, realizadas numa argila de grés a que junta caulino para obter uma pasta extremamente fina, são decoradas com esmaltes que vão do branco puro craquelé ao negro muito intenso, passando pelos azuis, vermelhos e verdes. Nas peças policromas cada tom é “cloisonné” por um limite, normalmente, de um negro aveludado.