sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Conjunto de três jarras da Fábrica Rafael Bordalo Pinheiro (1930-40)




Grande jarra moldada e relevada, de forma esférica. Sobre uma base lisa vidrada a azul-escuro flambé, envolvendo o bocal com gola saliente, foi aposta uma estrela de cinco pontas, azul clara, sobre a qual se dispôs uma decoração constituída por malmequeres estilizados da mesma cor.
Data: c. 1930-40
Dimensões: 27 cm x 27 cm





Variante do modelo anterior, mas de forma quase esférica, dado ser ligeiramente achatada nos pólos, com decoração relevada constituída por outro tipo de flores estilizadas dispostas sobre uma estrela castanho claro sobre fundo castanho-escuro flambé.
Data: c. 1930-40
Dimensões: 16 cm X 12 cm





Este outro modelo obedece a uma lógica próxima dos anteriores. Contudo, apresenta uma forma totalmente distinta resultante da inversão de uma jarra de modelo convencional, passando o bocal a ser a base. Quatro triângulos que se interseccionam envolvendo a boca, formam igualmente uma estrela, com decoração relevada de folhas e bolotas de carvalho. Este exemplar é uniformemente a azul-escuro, de meio brilho. No entanto, um exemplar existente no Museu Nacional do Azulejo, apresenta a mesma composição cromática da grande jarra esférica em dois tons de azul.
O exemplar existente no Museu da Fábrica Bordalo Pinheiro, pelo contrário, apresenta uma
coloração mais convencional: base castanho-escuro com os triângulos e respectiva folhagem
em cores outonais de verdes e castanhos. Esta peça foi-nos vendida como sendo desenho de
Gustavo Bordalo Pinheiro (1867-1920) , todavia, como não encontrámos provas nesse sentido
e dadas as afinidades existentes com as jarras anteriores, parece-nos ser mais provável que
seja da mesma época e estilo.
Data: c. 1930-40
Dimensões: alt. 29 cm


As três peças da Fábrica Rafael Bordalo Pinheiro de barro branco executado a barbotina,
integram modelos criados na Escola Comercial Rafael Bordalo Pinheiro e industrializados pela
referida fábrica, cuja marca aparece inscrita na pasta da base. Os mesmos modelos, pelo
menos os esféricos, deram origem a bases de candeeiro, cuja única diferença é a ausência de
gargalo que fica reduzido a um simples furo para a instalação eléctrica (uma dessas bases para candeeiro, idêntica à grande jarra esférica azul, na versão cromática de preto e cinza
(maugrado a fotografia ser a preto e branco), pode ser visto no catálogo da Exposição 50 anos
de cerâmica caldense: 1930-1980. (Caldas da Rainha: Grupo dos Amigos do Museu de Cerâmica.
1990, pág. 58 (foto) e 92 (ficha). Nestas três jarras constata-se a influência evidente do gosto
art déco das peças de prata de fabrico nacional.

2 comentários:

Anónimo disse...

É verdade que, dada a temática do blogue, não terei, provavelmente, muitos comentários a fazer. Mas tenham a certeza que vos visitarei com regularidade. Entretanto sejam bem vindos ao mundo dos blogues. :)
Ah, entre outras coisas, gostei do papel de parede...
Ana Lima

AM-JMV disse...

Muito obrigado Ana Lima por dares a tua opinião. Foste a primeira a inaugurar os comentários ao blogue. Continua.