segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bases para bolos alemãs com decoração aerografada


Placa cerâmica circular de base branca, com decoração geométrica estampilhada e aerografada. Na base, carimbos a preto: circulo com a igreja de duas torres da manufactura Theodor Paetsch - Frankfurt (Oder) e  1186 (do decor) e Z. Marcado na pasta 8B-30.
Data: c. 1930
Dimensões: Diâm. 30 cm
 

Placa de cerâmica moldada e relevada, de base branca, com decoração estampilhada e aerografada, geométrica e frutos estilizados, em tons de castanho e amarelo. Rebordo canelado e aerografado. Assenta em anel circular com reentrâncias com função de pegas. Na base, sem marca (embora nos tenham informado que se trata de uma peça da fábrica Colditz), carimbo preto com os nºs 4948 (número decor) e 57. Inscrito na pasta: 27/1 (27 é o número da forma).
Data: c. 1930.
Dimensões: Diâm. 30,7 cm x 1,8 c


Há uns bons anos atrás, numa feira da ladra de Berlim, junto ao Tiergarten, tomámos consciência mais efectiva da fantástica revolução que a combinação da estampilha (stencil) e da pintura a aerógrafo (spritzdekor), que já vinham de Oitocentos, aliadas às propostas vanguardistas da Bauhaus, produziram na decoração da cerâmica industrial. As bases ou pratos para bolos (tortenplatte ou tortentrommel) revelavam-se perante os nossos olhos como uma espécie de mostruário. Davam-nos a conhecer, nas suas superfícies lisas, todas as potencialidades plásticas deste tipo de decoração e técnica, que foram empregues em toda a diversidade de objectos utilitários e decorativos, não só de cerâmica, mas também de vidro, de metal, de tecido, etc.. Soubemos depois que artistas tão célebres como Kandinsky, Paul Klee ou Moholy-Nagy, entre outros, contribuíram com modelos para este tipo de produção.
Estas foram as primeiras peças que, então, aí adquirimos, naquilo que hoje constitui uma já razoável colecção autónoma.
As implicações que este tipo de decoração teve em todo o mundo são notórias. Portugal não foi excepção, com várias fábricas nacionais, com destaque para a Fábrica de Loiça de Sacavém, a produzir massivamente objectos de uso quotidiano segundo esta prática.
Este tema será recorrente, esperamos, no nosso blogue.

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