quinta-feira, 14 de junho de 2012

Virgem e Menino – Vista Alegre


Pequena escultura de porcelana moldada e relevada representando busto de Virgem com o Menino, em versão cor-de-rosa com realces a prata nos resplendores, brinco e soco. A peça recebeu um tratamento escultórico quase plano, como se de um baixo-relevo se tratasse, apenas na frente, ficando reduzida a uma curvatura na parte de trás de modo a criar uma base que a sustentasse. Na base, carimbo verde V. A. (marca nº 31) e, inscrito na pasta, à mão, 24-1.
Data: 1935
Dimensões: alt. 9,5 cm x comp. c. 9 cm x larg. 3 cm




Segundo o que conseguimos apurar no catálogo do IX Leilão Vista Alegre, em 2009, onde, na página 41 exemplar idêntico, embora policromado, aparece em venda, acompanhado do respectivo verbete (nº 2199 do catálogo geral, desenho P. 1515), que aqui se reproduz, a peça será uma criação de 1935 de autor cujo nome não se consegue decifrar. No entanto, sabemos que se trata de um modelo francês da autoria de Cloda Mano, pseudónimo de Gabriel Fourmaintraux (1886 - ).


De acordo com informações recolhidas no Museu de Faiança de Desvres, Fourmaintraux nasceu em 27 de Maio de 1886, naquela cidade. Formado na Escola Superior de Cerâmica de Sèvres, começou a trabalhar, em 1905, na fábrica de faiança (edifício do actual museu) dirigida por seu pai Emile Fourmaintraux, onde deu início à produção de pequenos objectos de porcelana. Essa produção haveria de terminar, por motivos económicos, cerca de 1930, passando a fábrica a produzir exclusivamente faiança. Em 1930 Gabriel Fourmaintraux passa a dirigir a empresa familiar, criando novos modelos e decorações, caso dos craquelés, então muito em voga, que assina com o pseudónimo "Cloda Mano" que criou a partir dos nomes dos seus filhos. Todavia, o pseudónimo já seria utilizado anteriormente em objectos de porcelana, como se pode constactar exactamente num modelo de Virgem e Menino de porcelana que aqui se reproduz, datável da fase final da produção de porcelana, e que o museu de Desvres exibe na versão posterior de faiança.


Assim, face a estas informações, ficamos um pouco confusos quanto aos factos. Se a peça foi reproduzida pela Vista Alegre sem assinatura, leva-nos a suspeitar que, eventualmente, tenha sido comercializada sem licença. Se o nome ilegível do verbete, nos dados históricos, for o de G. Fourmaintaux, então a data da criação da pequena escultura não coincide. Será que alguém nos pode esclarecer?

2 comentários:

Anónimo disse...

Ver por curiosidade
http://ceramicadeaveiro.blogspot.pt/2012/08/medalha-coracao-dia-da-mae-artibus.html

AM-JMV disse...

Caro anónimo,
Já visitámos o blogue. A Virgem da Artibus tem algumas semelhanças. Talvez esta lhe tenha servido de inspiração, sendo a outra mais tardia. Mas também vimos outras peças interessantes. Vamos passar a ser seguidores. Obrigado pela partilha.
Cumprimentos