domingo, 11 de março de 2012

Escultura de corça art déco, modelo nº 129 A – Aleluia-Aveiro




Pequena escultura de faiança craquelé moldada em forma de corça, de cor marfim mate sobre soco a ouro onde desponta vegetação estilizada. Toda a figura remete para uma estética art déco. Na base, pintado à mão, a ouro, Aleluia – Aveiro, x 129 – A e «
Data: c. 1935-45
Dimensões: alt. 9,3 cm

 Na sequência do post de MAFLS, e porque apresentámos o mesmo motivo animal aplicado na jarra Aleluia-Aveiro anterior, achamos pertinente apresentar este outro modelo de corça, de datação anterior, mas com acabamentos semelhantes.
Esta graciosa escultura, que aparece referenciada no Catálogo de loiças decorativas das Fábricas Aleluia. Aveiro, de inícios da década de 1940, pág. 28, sob o nº 129, foi adquirida num leilão virtual, embora a um vendedor a quem também adquirimos peças em feiras de velharias.
Percorrer estas feiras, lojas e leilões reais e virtuais é sempre um prazer renovado. E tanto se pode ficar feliz porque se adquiriu o objecto desejado, como se pode ficar frustrado porque as finanças não estavam à altura.


4 comentários:

MAFLS disse...

CMP*, MAFLS, MUONT... Um pleno bem merecido para a produção da Aleluia, neste fim-de-semana.

Pena é que a empresa, que se encontra activa no mercado, não promova o seu próprio acervo nem incentive a pesquisa dos seus arquivos,ao contrário do que acontece, por exemplo, com a VA.

Lamento ter de concordar com o que referiram há tempos — "Infelizmente, os contactos que fizemos com a fábrica revelaram-se infrutíferos, apesar da simpatia da interlocutora."

Também há anos pude testemunhar a simpatia de uma interlocutora, que me sugeriu um pedido formal para consultar os arquivos. O pedido seguiu de imediato, para um outro responsável, a resposta é que ainda não chegou...

É engano meu ou a peça do catálogo não apresenta o mesmo acabamento que o vosso exemplar?

Saudações!

MAFLS

AM-JMV disse...

Caro MAFLS,
Este tipo de situação, de falta de colaboração de muitas das empresas do ramo é, desgraçadamente, comum. Falta de cultura cívica, democrática e, sobretudo, provincianismo. Se os outros souberam tanto como eles, perdem o poder que julgam ter. País pequeno e periférico, é natural.
Quanto ao acabamento da peça, pouco podemos acrescentar dada a escala em que a mesma aparece reproduzida, e a foto é já uma ampliação. Que é o mesmo modelo, não temos dúvida, agora o A pode remeter para uma outra decoração.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Caros e estimados bloggers,

Também eu, em contexto profissional, estive há anos na fábrica da Aleluia, reunido com os responsáveis pela sua gestão. Como coleccionador, não resisti em orientar a conversa para a produção decorativa de outros tempos. Não tive grande sorte... O paradigma actual é outro, e as várias mudanças de propriedade do seu capital condicionaram integralmente o(des)interesse pelo seu passado que infelizmente a caracteriza na actualidade. Mas estes dois mundos não são mutuamente exclusivos. Aliás, a divulgação (e o estudo) da sua história trariam um contributo importante para a promoção das suas valências contemporâneas (e já agora, um pouco de mais inspiração).
Resta a interessantíssima investigação e divulgação que os três insistem em levar a cabo.
Obrigado.

Um abraço,
Hugo

AM-JMV disse...

Caro Hugo,
Obrigado pelas suas palavras. Pode ser que, de algum modo, consigamos todos nós interessados pela produção nacional trazer alguma mais-valia futura para a história da indústria cerâmica deste país. E já agora, para a história da arte. Esperemos que pelo caminho algo vá entrando nas cabeças, um tanto duras, de certos gestores. Uma coisa os nossos blogues já conseguiram, pôr Portugal a ser visto por milhares de estrangeiros que também se interessam por estes assuntos.
Um abraço