domingo, 16 de setembro de 2012

Jarro anos 50 – Aleluia -Aveiro



Jarro de faiança moldada, dentro da organicidade das free forms dos anos 50 que, no contexto nacional, a Aleluia-Aveiro soube explorar como mais nenhuma outra fábrica . Porém, a forma deste modelo, apesar de abstracta, remete-nos, desde o primeiro momento para a imagem de uma forma zoomórfica estilizada, reforçada pelas cores escolhidas, pelo que, na gíria cá de casa, foi cognominado “pinguim”. O “ventre” e o “maxilar inferior” a branco nacarado, com o bocal realçado por filete preto. O “dorso” e o arranque da “cabeça” a preto, com o bocal realçado por filete branco. Do pé parte uma asa em direcção à “cabeça” aberta que forma o bocal, que prolonga exteriormente a cor branca nacarada, com o preto a marcar as laterais e o interior a amarelo nacarado. O bocal, com rebordo a preto e branco, revela o cor-de-laranja vivo do interior, cor característica a que Aleluia nos habituou em muita da sua produção da época. No fundo da base carimbo castanho «Aleluia Aveiro» sobrepujando carimbo da mesma cor «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo, e, pintado à mão, a ouro, 756-A.
Data: c. 1955
Dimensões: alt. c. 29,5 cm



Se até agora não tínhamos conhecimento de qualquer paralelismo evidente em produções estrangeiras coetâneas, no caso desta peça encontrámos um exemplar, sem marca, provavelmente de produção francesa, dado ter sido nesse país que estava à venda, e que ilustramos. As semelhanças formais são óbvias. Agora, ou uma peça se baseou na outra, ou ambas se inspiraram num terceiro modelo que desconhecemos. De qualquer maneira, sabemos que a Aleluia-Aveiro exportou muita produção deste tipo para a Europa, sobretudo para a Bélgica - esta informação está confirmada (e talvez daí tenha nascido a confusão de se pensar que os designers seriam belgas, como nos haviam referido e que questionámos num primeiro poste a ela dedicado). De qualquer modo, o modelo português é muito mais bem conseguido que o seu congénere anónimo.

Sem comentários: