sábado, 19 de agosto de 2017

Jarra Arte Nova com dente-de-leão – Rörstand - Suécia


Jarra Arte Nova de porcelana moldada, em forma de balaustre, de cor verde-cinza pálido manchado, decorada por um pé de dente-de-leão com três hastes florais já em fruto (aquénio), circundando parcialmente o bocal baixo, e igual número de folhas serrilhadas verde-cinza escuro, que se agitam como chicotes. No fundo da base, carimbo verde «Rörstrand», envolvido por 3 coroas, e, pintado à mão, «G.A.» (autor) e «5545» (modelo). Inscrito na pasta «I».
Data: c. 1900
Dimensões: Alt. 18 cm x Ø máx. 10 cm


Os pompons formados pelos penachos brancos que coroam as sementes, dispostas em esfera, do dente-de-leão (Taraxacum officinale), encantam crianças e adultos. É difícil resistir a não apanhar um para, com um sopro, dispersar os etéreos paraquedas que levados pelo vento espalham as sementes da planta. À sua beleza em fruto também não ficaram indiferentes os artistas plásticos.

Foi o caso do autor deste exemplar, Georg Kristian Asplund (1873 - 1963), que começou a sua carreira como estudante de pintura sobre porcelana na Rörstrands Porslinsfabrik, em 1891, e pintor de porcelana especializado nos anos 1898-1911 na mesma fábrica.


O japonismo é evidente nesta decoração Art Nouveau, com o elemento vegetal a revestir parcialmente o bojo da jarra. Uma vez mais, como já havíamos escrito a propósito de exemplares pâte-sur-pâte desta fábrica sueca, encontramos reproduzido um elemento da flora local, espécie, aliás, comum a toda a Europa, mas aqui representada numa agitação nervosa contrária à natureza da própria planta. As folhas são silhuetas reconhecíveis mas não naturalistas, tal como os frutos, reduzidos à geometria do círculo e regularmente alinhados no topo do bojo.

Este arrojo de linhas, tanto do agrado da estética Art Nouveau, acaba por dar uma ressonância estranha à representação, afastando-a do naturalismo habitualmente empregue.

Sem comentários: