Outra jarra da Fábrica
de Faiança de Longwy da forma «toupie» (pião), de tamanho pequeno. Desta feita,
apresenta uma variante decorativa distinta, pois para além do friso que envolve
o bojo decorado com flores estilizadas, também parte das faces receberam a
mesma decoração embora sem cor.
Peça de faiança moldada, esmaltada, craquelé marfim, em
forma pião oitavado, com friso redondo envolvendo a sua parte mais larga, com
fundo cor de laranja decorado por composição floral policroma, estilizada ao
gosto art déco, segundo a técnica do “relevo contornado” ou corda seca. O mesmo
motivo floral aparece sem cor, inciso segundo a técnica da corda seca, intercalado,
em quatro das faces superiores, partindo do friso em direcção ao bocal que é saliente
a cor de laranja. Na base, carimbo redondo com escudo e coroa Longwy, da "Société de Faïenceries" "LONGWY "-
France. Número de decor : D5055.
Data: c. 1925Dimensões: alt. 22 cm x diâm. máximo 17 cm
Embora não assinada, trata-se de uma criação de Raymond Chevallier (1890-1959) dado conhecermos exemplar idêntico devidamente identificado. Será também ele o autor da decoração, em cesto de flores, da jarra com o mesmo modelo apresentada em 20 de Março passado.
Raymond Chevallier começou a trabalhar na fábrica
de Longwy em 1921, tornando-se responsável pela introdução da estética art déco. Rapidamente assume a responsabilidade pelo atelier artístico. Graças às suas relações pessoais,
nomeadamente com Paul Follot, vai obter o exclusivo das criações para a linha
Pomone, dos armazéns Au Bon Marché. Longwy vai também criar para a colecção
Primavera do Printemps, e para outros armazéns (La Samaritaine, Galeries Lafayette, etc) e grossistas como Jean Luce.
As criações de Raymond Chevallier triunfam
nas Exposição de 1925. Será ele quem contrata o seu primo Maurice Paul Chevallier cujas peças, a partir
dessa data, ficarão igualmente célebres.
Em 1931 cria
a célebre jarra esférica (boule coloniale) para a Exposição Colonial desse ano
realizada em Paris, pela qual recebe a medalha de ouro. Esta peça é geralmente considerada
como marcando o fim do período criativo art
déco em Longwy, que, assim, retorna à tradição japonizante que a havia
celebrizado no século XIX.
Nesse mesmo ano Raymond Chevallier
parte para a Bélgica onde vai trabalhar na Boch de La Louviere
(Keramis) vindo a suceder a Charles Catteau como director. Regressado a França em 1954, cria a Faiencerie d'Orchies, vindo a morrer cinco anos depois.
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