Data: c. 1920-30
Dimensões: Alt.
19 cm x Ø. 16 cm x larg. 5 cm
A exuberância da decoração, em flores que explodem
como fogo-de-artifício, cortadas pela geometria dos rectângulos, é bem
exemplificativa de um Cubismo amável que perdeu a agressividade escandalosa da
década anterior e já pode ser aceite tranquilamente nos lares burgueses. Aliás
já prenunciado pelo cubismo de pendor decorativista de André Lhote, por
exemplo, desde meados dos anos 10.
Deixemos de lado o objecto. Hoje acaba mais um ano e
as expectativas de um 2015 feliz goraram-se na voragem da irracionalidade a que
o Homem parece estar sempre condenado. Efeitos da Caixa de Pandora, certamente.
Apesar da crise europeia, apesar das nuvens negras
que se adensam no horizonte a Oriente, terrorismo e fundamentalismo islâmicos
não serem mais que uma guerra em grande parte induzida pelo domínio da água,
muito mais preciosa que o petróleo, apesar das alterações climáticas e deste
excesso de calor pouco usual para a época do ano – El Niño volta lá para onde
vieste – o ritual de renovação que a passagem do ano significa para a
Civilização Ocidental, leva-nos a ser optimistas.
Assim, e como vem sendo tradição no nosso blogue, os
votos de Ano Novo, com desejos de Paz, Amor e Prosperidade, são ilustrados com
uma peça Longwy. É que não há nada tão optimista como uma jarra dos anos 20 e
30 desta fábrica!
Talvez temesse pelo futuro mas a sua produção art deco é então um hino à Esperança que
nunca abandona o Homem mesmo em tempos que anunciam tempestade.