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sábado, 27 de setembro de 2014

Uma identificação resolvida


Graças à gentileza de CMP e de mais uma leitora (JO) do blogue, a quem expressamos os nossos agradecimentos, resolveu-se o mistério da fábrica das duas peças ilustradas: a jarra «chinês» e a caixa zoomófica postadas, respectivamente, a 3 de Dezembro de 2011e a 23 de Junho de 2012.

O carimbo da fábrica, porque pouco legível, foi inicialmente identificado como sendo «OAL – Alcobaça» e depois, por paralelo com outro idêntico, mais legível, que CMP nos fez entretanto chegar, como «AL ou LA- Algarve». Pelo menos a referência geográfica da localização ficava definida. Faltava, então, saber a sua designação e algo mais se possível.

Trata-se da marca Lastra - Faianças Decorativas do Algarve, Lda, localizada em Lagos. Dedicava-se ao fabrico de artigos de uso doméstico de faiança, porcelana e grés fino e terá encerrado, por falência, nos anos 90 do século XX.

Se alguém nos conseguir apurar a data de fundação, sempre poderíamos melhor balizar uma possível cronologia para as peças em questão. A jarra «chinês», craquélé de fortes referências Art Déco, é possível que esteja associado ao revivalismo que o estilo conheceu na década de 80, com fábricas mais antigas a reeditar modelos dos anos 30, caso de Sacavém, ou cópias de modelos estrangeiros, como a base de candeeiro da Cerâmica S. Bernardo – Alcobaça que postámos a 21 de Novembro de 2011.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Escultura art déco com putto montando carneiro – Hutschenreuther - Alemanha



Escultura art déco de porcelana moldada e relevada, branca com apontamentos a ouro, representando um carneiro empinado montado por um putto. As figuras assentam numa base onde ervas encurvadas, estilizadas e agressivas como garras, despontam ameaçadoras. No fundo da base, carimbo verde oval com leão e L. H. S. envolvida por Hutschenreuther, Selb Bavaria, Abteilung für Kunst, e, pintado à mão, um «S»?, a ouro. Inscrito na pasta, Karl Tutter.
Data: c. 1930
Dimensões: Alt. c. 19 cm x comp. c.15 cm x larg. c. 9 cm


Trata-se do modelo nº 1174, criado por Karl Tutter, artista de quem já apresentámos algumas peças para a fábrica de porcelana alemã Hutschenreuther. Mais uma vez o neo-barroco e o neo-rococó como fonte de inspiração e reinterpretados dentro de uma estética art déco, recorrente na obra de Tutter.
 

O interesse maior desta estatueta, que apesar de pequena assume uma inesperada monumentalidade, é o seu carácter pouco apaziguador. Não se trata apenas de domar um animal bravio, tarefa que a figura de putto, qual cowboy num rodeo, parece executar com perícia, antes uma força maléfica, quase diabólica, a que as garras da erva dão maior ênfase, que a criança tenta dominar.

Diríamos estar perante uma variante da velha ideia clássica do Homem como ordenador do Caos – a Razão que submete a Natureza, os instintos selvagens. A agressividade dominada pela inocência ou a eterna luta entre o Bem e o Mal.

Uma outra peça de Tutter anteriormente apresentada, com a mesma temática de putto dominando carneiro, não anda longe desta ideia, embora não tenha o dramatismo e a agressividade da escultura de hoje.

sábado, 23 de junho de 2012

Caixa zoomórfica - Olaria Alvarve (LA)?




Caixa de faiança moldada e relevada em forma de carneiro de rosto antropomorfizado em cujo dorso se rasga uma abertura com tampa. Esmaltado a castanho-escuro com lustre metálico, que lhe confere uma certa iridescência. O interior recebeu o mesmo tratamento. Na base, nas patas posteriores, carimbo circular preto com as letras AL (?) sobrepostas, ao centro, enquadradas por Algarve (?) e Portugal.
Data: 1948-1984 (?)
Dimensões: alt. 26 cm x comp. c. 24 cm x larg. c. 13 cm


Mais uma peça de uma qualidade plástica notável, inspirada na antiguidade pré-clássica do Crescente Fértil. E tal como a peça que indentificámos anteriormente como da Olaria de Alcobaça (OAL) , dela nada sabemos. Segundo uma nossa seguidora atenta, não pode ser OAL, porque o carimbo mencionará Algarve (e é, de facto, igual a uma marca que nos enviou onde «Algarve» aparece claramente visível ao contrário do carimbo desta peça)
A única certeza que teríamos, se fosse efectivamente da OAL, é que seria de produção posterior a 1948 e dado que a fábrica fecha portas em 1984, ficaria balizada dentro desta cronologia. Assim, tudo fica em aberto.
A sua aquisição foi devida ao acaso da sua descoberta e, embora fora do contexto estético e cronológico em que habitualmente nos centramos, acabámos por a adquirir dado o encanto e estranheza que em nós despertou.
Renovamos o pedido feito anteriormente aos leitores que, eventualmente, nos possam esclarecer as dúvidas levantadas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Grupo escultórico da Hutschenreuther – Putto e Carneiro




Ao contrário do que é norma fazermos, enquanto coleccionadores preferenciais de cerâmica portuguesa, o exemplar de hoje é o modelo alemão, em porcelana, e não a sua interpretação nacional. Perceberão porquê …

Trata-se de um grupo escultórico de porcelana moldada da autoria de Karl Tutter (1883 – 1969), da manufactura de porcelanas Hutschenreuther, modelo nº 904 do catálogo de 1927 (pág. 34), de cor branca com realces a ouro, representando putto dominando carneiro. Em oposição a estas duas figuras, barroquizantes, contrapõe-se a vegetação estilizada ao gosto art déco. Assinado no plinto K. TUTTER. Carimbo a verde estampado na base:'Hutschenreuther', 'Selb Bavaria'; ‘Kunstabteilung’,  e a  ouro, pintado à mão,  o nº 18.
Data: 1927
Dimensões: alt 25 cm x larg. 27,5 cm,

Em 1922, o autor começa a trabalhar como escultor, ao lado de Carl Werner, na fábrica Lorenz Hutschenreuther, onde ficou quase 40 anos, e para a qual contribuiu com grande quantidade de modelos, tendo adquirido reconhecimento mundial.
A variedade das suas criações vai desde os modelos mais clássicos, com particular ênfase no neo-barroco e neo-rococó, sendo dele algumas das criações programáticas desta vertente alemã da art déco, até à mais rigorosa estilização dentro deste mesmo estilo. Teremos oportunidade de voltar a falar das suas criações dado possuirmos um pequeno conjunto de peças da sua autoria.

Ora este exemplar vai conhecer uma réplica nacional feita pela Estatuária Coimbra, em data incerta, mas seguramente tardia, no âmbito de uma importação e banalização de modelos decorativos estrangeiros, com destaque para a produção alemã. Agradecemos ao antiquário Arca d’Arte (Mercado Sta Clara – Feira da Ladra) o ter-nos permitido fotografar a peça que aqui apresentamos.




A Estatuária Coimbra (ou talvez com a designação Estatuária Artística de Coimbra) também reproduziu obras escultóricas, de originais de bronze, caso de uma Diana, de c. 1925, do célebre escultor norte-americano Paul Manship (1885-1966), de que conhecemos um exemplar mas do qual, infelizmente, não possuímos imagem, pelo que reproduzimos apenas uma imagem do original.