Peça de porcelana moldada, branca, em forma de campânula geometrizada e invertida, com caneluras separadas por arestas vivas. Sobre o fundo branco, ostenta uma decoração abstracta, parcialmente geométrica, ora curvilínea ora angulosa, aerografada a azul, amarelo, e cinzento. Na base, carimbo verde Rosenthal – Bavaria sobrepujado de duas rosas cruzadas e coroa, e carimbo encarnado R coroado.
Data: 1929
Dimensões: alt. 17 cm
Nos finais dos anos 20, a faiança apresentava-se
como o produto moderno por excelência, proporcionando propostas mais
vanguardistas e acessíveis que a porcelana, que se mantinha, em grande parte,
presa a fórmulas de gosto antiquado.
A admirável homogeneidade do estilo criado durante a
República de Weimar, aplicado à cerâmica, com a produção intensiva de objectos
de uso utilitário e decorativo com decoração estampilhada e aerografada (que aqui
haveremos de ilustrar com alguns exemplares), identificado como produção de
massa acessível a todas as camadas sociais – e daí chamada «comunista» pelos
partidários de uma estética mais conservadora, que irá levar à tentativa da sua
aniquilação a partir de 1933 -, teve de ter repercussões na indústria da porcelana,
que, assim, passou, também ela a aplicar as mesmas técnicas e fórmulas
decorativas na sua produção. Aliás, a nova estética alastrou como um incêndio, a
toda a sociedade alemã no seu conjunto, logo extravasando também as fronteiras
geográficas.
E se a Fábrica de Porcelana Rosenthal não foi das
mais permeáveis à nova estética, também ela não deixou de produzir objectos
cujas propostas ornamentais resultam da aplicação da estampilha e do aerógrafo
segundo os critérios decorativos da vanguarda. É o caso da presente jarra, cuja
forma, perfeitamente art déco, recebeu
uma decoração que entronca nesse mesmo estilo, graças ao desencontro e
repetição dos padrões dados pelas estampilhas, claramente definidas de um lado
e da gradação tonal que se esfuma na cor de fundo no lado oposto.
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