Esta
semana estamos de parabéns! O Moderna Uma
Outra Nem Tanto foi escolhido como o «blogue da semana» pelo Delito de Opinião. Responsabilidades
acrescidas …
Jarra de faiança moldada, quadrilobada e lotiforme
assente sobre pé saliente em calote oval, finamente
craquelé, de cor creme com decoração vegetalista pintada à mão até dois terços do
bojo. Sob o fundo creme, surgindo do bocal azul-escuro, em pinceladas
rápidas, pendem folhas e flores de diversas plantas em dois tons de azul. Interior
a branco. No fundo da base, pintado à mão a azul-escuro, Lusitânia Coimbra.
Data: c.
1930
Dimensões: Alt. 24 cm
A
composição decorativa, pouco naturalista e algo ingénua, dinamiza a superfície
de uma maneira que nos parece interessante e genuína. Cria cheios e vazios em
contraponto com o despojamento da parte inferior deixada em reserva.
A
vegetação como que transborda em desordem de uma jarra demasiado cheia. Parte
da folhagem, lembrando fetos, na mesma cor do bocal, sugere zonas de sombra,
servindo de repoussoir e dando assim
maior profundidade à composição. Ambas as faces apresentam composições semelhantes,
fugindo a uma expectável simetria, em que as duas flores, próximas de antúrios,
repetidas nos lóbulos centrais e as duas flores dos lóbulos laterais, mais pronunciados,
fariam prever.
A pincelada rápida, espontânea, e as
cores empregues remetem-nos para um gosto tradicional da azulejaria portuguesa
em que o conjunto harmoniza e esconde muitas vezes a fragilidade do desenho. No
entanto, nesta jarra a aparente espontaneidade da pintura é profundamente
controlada, tornando a peça um bem conseguido exemplar do que, em nossa
opinião, se poderia definir como uma estética art déco de raiz nacional.
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