Caixa de faiança moldada, certamente uma boleira, de
forma tendencialmente prismática quadrangular com decoração policroma de
escorridos, aplicados em três níveis distintos. Sobre a cor de fundo, marmoreada
a marfim e a azul-claro, escorre uma camada cor-de-laranja forte e sobre esta
uma última cor, a azul carregado. As cores terão sido aplicadas a aerógrafo e
parcialmente – pelo menos na transição do laranja para o azul - com a ajuda de
estampilha. As cores escorrem de forma livre mas controladamente. A taça de
secção trapezoidal, apresenta os lados ligeiramente curvos, em evasé, sendo
canelada a partir da base até cerca de 2/3 da altura. A tampa, subtilmente
piramidal, é truncada pela pega em forma de pentágono alongado. A tampa,
suavemente canelada, mantém a mesma ordem de cores. No fundo da base, carimbo
azul «Lusitania – Coimbra».
Data: c.1935Dimensões: Comp. 19,2 cm x larg. 12,7 cm x alt. c. 14,5cm
A contaminar a vertente modernista da art déco em Portugal, mais uma vez a influência
do funcionalismo alemão da República de Weimar presente neste exemplar, tanto
ao nível da forma como da decoração. Apesar de ainda não termos encontrado o
modelo germânico que lhe terá dado origem, estamos convictos da sua existência.
Já aqui mostrámos uma caixa Lusitânia da unidade fabril de Lisboa com o seu
respectivo modelo. Continuaremos a dar mostras desta preferência, quase contínua,
durante os anos 30 e 40 pela estética pré-hitleriana no campo de uma cerâmica mais
vanguardista nacional.
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