Caixa de porcelana moldada e relevada, talvez um
guarda-jóias, cor-de-rosa pastel com filetes a ouro contornando as saliências
horizontais da taça e tampa assim como os rebordos das mesmas. A caixa foi
concebida numa reinterpretação neo-rococó de concheados geometrizados dentro de
uma estética art déco. Pega
vegetalista (?) estilizada a ouro e taça assente sobre quatro pés ondulados
igualmente realçados a ouro. Na base, carimbo verde da fábrica com leão sobre
L.H.S. inscritos numa oval, rodeados por Hutschenreuther' e 'Selb Bavaria'. Por
baixo,‘Abteilung für Kunst’ e, por cima, inscrito na pasta K. TUTTER.
Data: c. 1927 (carimbo 1920-1938)Dimensões:
Na caixa de Tutter, que aparece na página 30 do catálogo da fábrica, de 1927, referenciada sob o número 0829/2, a porcelana foi trabalhada como
talha, embora a geometrização das suas componentes tenha criado uma sucessão de
dezasseis panos quebrados, regulares e simétricos, que convergem ora em
direcção da pega, único elemento assimétrico do conjunto, ora em direcção à
base suportada por quatro pés recortados. A tampa em si mesma, remete para um
chapéu de chinês, revisto por Pillement, ao qual não falta sequer o penacho.
Apesar da sua pequena dimensão, é um objecto que, para
além de refinado, alia a graça à monumentalidade, características, aliás, que são
atributos do Rococó.
Mais uma vez focamos o aspecto, tão interessante nos
objectos colecionáveis, que é a sua circulação. Esta caixinha criada na
Alemanha e intacta na sua fragilidade foi parar a Tel Aviv. Por ironia? Por
destino trágico? Neste momento mora em Lisboa. Definitivamente?
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