Conjunto tête-à-tête
art déco, que deverá estar
incompleto, formado por tabuleiro redondo, bule, e duas chávenas com
respectivos pires. Peças de faiança moldada, de cor marfim com decoração
geométrica estampilhada a duas cores, encarnado e preto. Um jogo simples e
elegante composto por dois círculos concêntricos, constituídos por duas partes
distintas: a de maior expressão forma um semi-círculo de estreitas faixas paralelas,
nas cores referidas, que, inflectindo para o interior, se desdobra num outro
semi-circulo mais pequeno em sentido oposto. Ambas as circunferências são
concluídas por finas linhas a preto.
Na base do bule, carimbo estampado, verde, da
unidade de Lisboa: escudo coroado Lusitânia, com Cruz de Cristo enquadrada
pelas iniciais C F C L [Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitânia]
sobrepujando Portugal. Contudo, nas demais peças, o carimbo estampado, verde, é da Lusitânia - ELCL (?) sobrepujando
Coimbra - PortugalData: c. 1935
Dimensões: Várias (diâm. tabuleiro: 32,5 cm)
A forma das peças deste tête-a-tête sugere-nos a
influência e/ou cruzamento entre os formatos Avenida e Coimbra produzidos pela Fábrica de Loiça de Sacavém à época, ou então inspirados
directamente na fonte inglesa que lhes deu origem os modelos Eve e Zenith respectivamente.
A presença
das duas marcas num mesmo serviço, embora da mesma fábrica, levanta-nos algumas
questões. O que poderá isto significar? Que os carimbos pertencem a unidades
fabris geograficamente distintas não parece haver dúvida. Será que havia formas
produzidas na fábrica-mãe de Lisboa e outras na de Coimbra? Ou será que um
acaso reuniu peças dispersas, de duas fornadas produzidas em localidades diferentes
que se haveriam de cruzar décadas depois para dar origem a este tête-à-tête que julgamos incompleto?
4 comentários:
Olá AM-JMV,
Gostei muito de ver este tête-à-tête Lusitânia porque havia um em casa dos meus pais quando eu era miúda, mas só me resta o bule. Tem riscas verdes e pretas e só uma marca Lusitânia, a da direita. Lembro-me do tabuleiro e das chávenas, de mais nenhuma peça, mas penso que teria açucareiro e leiteira.
Deve ter sido fabricado no final dos anos 40 porque foi oferta de casamento dos meus pais e eles casaram-se logo no início de 1950.
Espero que estas achegas contribuam com informação útil.
Um abraço
Será que não houve reposição de peça quebrada, anos depois? abraços!
Olá Maria,
De facto a estética do serviço remete para os anos 30, mas com o atraso relativo com que as modas chegavam a Portugal até se pode dar o caso do modelo só ter começado a ser produzido por cá na década seguinte. No entanto, é natural que, mesmo tendo sido iniciada a sua produção nos anos 30, continuasse a ser produzida 15 ou mesmo 20 anos depois. Já com as peças de Sacavém, só para dar um exemplo nacional muito conhecido, acontecia a mesma coisa. Esperamos que publique um dia destes o seu bule. :)
Bjs
Olá Fábio,
Essa é uma das hipóteses a ter em consideração, claro.
Abraços.
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