Jarra
de faiança moldada, cuja forma, campaniforme, dos anos 30, remete para um
modelo art déco criado por Ruhlmann.
Todavia, a decoração, pintada à mão, pelas cores (azul claro, amarelo, laranja
e preto sobre fundo branco) e desenhos, é da década de 50. Interior e base
saliente a preto. O modelo corresponde ao nº 64 no mapa de referência para os
operários, de que se mostra um fragmento retirado do livro de Ana Paula
Assunção, obra que, infelizmente, não faz justiça à Fábrica de Louça de Sacavém
que lhe serve de título. Carimbos a verde: Gilman & Ctª – Sacavém, Made in
Portugal e DEC seguido de L e um símbolo que nos parece um P pintados à mão, a
castanho. Inscrito na pasta L.
Data: c.
1955Dimensões: alt.
Na folha de desenhos de finais da década de 50 que o
incontornável MAFLS publicou e que aqui reproduzimos, lá está um outro formato,
também dos anos 30, com a mesma decoração L.
A título de curiosidade, referimos que a peça sofreu
um esbeiçamento no bordo em fase de acabamento, depois de já estar pintada. Faltava
apenas a pintura do remate do bocal, que foi concluída, com os vidrados a
cobrirem a “ferida”, tendo recebido a totalidade dos carimbos, o que significa que
foi comercializada apesar do defeito. Este caso parece-nos ser revelador de
duas coisas, por um lado, que se destinava a consumo de massas, e por outro, a
falta de preocupação com a qualidade de alguns dos produtos acabados, o que,
convenhamos, não era apanágio apenas da Fábrica de Loiça de Sacavém, já que
temos exemplos idênticos de outras fábricas, inclusive estrangeiras.
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