Jarra de porcelana moldada bulbiforme de gargalo
longo e estreito, aerografada e pintada à mão. No bojo, que assenta sobre anel a
ouro, decoração vegetalista, grisaille com
realces a preto e a ouro em fundo, sobre o qual se destacam seis medalhões amarelados
e cinza, alternados em grupos de três a dois níveis, com inflorescências
cor-de-tijolo ao centro, cercadas por um fino e sinuoso filamento relevado, cor
de marfim, recortado por pequenos apontamentos a preto, tudo numa estilização dentro
da gramática art déco. Na transição
para o gargalo, o colo, amarelo claro, ostenta um perolado preto e uma
sequência de três anéis cor-de-tijolo. Pendendo do bocal com filete a ouro,
sobre o gargalo branco, escorrências cor-de-tijolo que remetem para o período anterior. Na base, carimbo verde V.A.
Portugal (marca 31) e, inscrito na pasta, à mão, 3-5.
Data: c. 1930Dimensões: alt. 21,5 cm
Pelas semelhanças decorativas com outras peças, nomeadamente
a jarra nº 1223 do Inventário do Museu da Vista Alegre, que aqui reproduzimos,
erradamente identificada como Arte Nova,
sendo de facto Art Déco, no livro Mestres Pintores da Vista Alegre (2005),
caso a atribuição feita pelo autor esteja correcta, poder-se-á também atribuir a
decoração do nosso exemplar ao pintor e inspector de pintura da Vista Alegre, mestre
Duarte Magalhães (1861-1944).
Trata-se de uma peça de nítida influência
francesa, Sèvres ou Limoges, que adquirimos em 1999, perdida entre um bricabraque
de velharias e outros artigos de colecção, num antiquário que prima por
despertar a atenção, não só pelos objectos que vende, mas também pelo espaço de
antiga loja de bairro que soube preservar o espírito do lugar. Apetecível,
portanto. Os preços também primam pelo espírito fashion que invadiu aquele pedaço de Lisboa …
2 comentários:
Viva(m), MUONT.
Uma jarra com uma ligeira variante cromática deste motivo encontrava-se há tempos em exibição permanente no Museu da VA, em Ílhavo, numa das vitrinas dedicadas ao período 1922-1947, sob o número 12.
Não recordo o nome do pintor a quem era atribuída a decoração, mas é muito provavelmente de Duarte Magalhães.
Saudações!
Olá MAFLS,
Ainda bem que nos dá essa informação. Já lá vão alguns anos que visitámos o Museu da VA e não nos lembramos de quase nada. Pelos vistos está na hora de regressar. Obrigado.
Cumprimentos
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