Peça de porcelana moldada e relevada, representando a
figura de um coelho estilizado ao gosto art
déco. Serviria como pimenteiro ou saleiro. As formas circulares que compõem corpo e cabeça, são de cor branca
com filetes e apontamentos a vermelho e pupilas a preto, sendo o dorso
perfurado. A estas formas apuseram-se cauda, orelhas e patas curvas, sendo as
primeiras a vermelho e as últimas a amarelo. Na base, onde se encontra a abertura
que levaria a rolha, tem carimbo preto S.P.
Data: c.
1935Dimensões: comp. c. 7 cm x alt. c. 5,5 cm x larg. 2 cm
Esta pequena e simpática figura de coelho, que
cremos pouco vulgar na produção nacional, fará parte de um conjunto de peças de
temática zoomórfica, estilizadas de cor branca e cores fortes contrastantes,
que a então já denominada Sociedade de Porcelanas de Coimbra terá editado nos
anos 30. São peças alegres, um tanto infantis, modernas e optimistas. Trata-se,
aliás, de objectos comuns a toda a Europa da época. São disso exemplo os animais
de Édouard-Marcel Sandoz (1881 – 1971), criados maioritariamente ainda durante
a I Guerra Mundial que vão ter um sucesso enorme na década seguinte, produzidas
pela Manufactura Théodore Haviland de Limoges, ou as edições de Robj ou de
Aladin. Isto só para citar alguns franceses mais conhecidos, para não falar das
produções da Europa Central e de tantas outras.
Os bonecos de Sandoz, por exemplo, foram amplamente
comercializados em Portugal por ourivesarias que, para os poderem vender, lhes
apunham elementos de prata. Alguns modelos também foram reproduzidos pela Vista
Alegre. Teremos oportunidade de exemplificar ambas as situações com peças das
nossas colecções.A propósito da série de animais da S.P. Coimbra, apresentamos também um mealheiro, em forma de galinha, que não chegámos a adquirir dado o excessivo preço pedido. Por vezes, os nossos vendedores de velharias exageram. Encontrámos mais tarde na net a imagem de um deles. Esta, uma peça claramente destinada a crianças, veicula uma ideia de austeridade e poupança muito querida à mentalidade salazarista, expressa no ditado popular “de grão a grão enche a galinha o papo”.
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