Caixa de faiança moldada (cigarreira), de cor azul-turquesa, em forma de paralelepípedo baixo, onde encaixa tampa rectangular com duas alhetas salientes, desencontradas, perfeitamente adaptadas aos dedos no gesto de levantar a tampa. Forma funcionalista, criada por Paul Speck, cuja cor potencia a elegância despojada da forma, dando-lhe um subtil toque de objecto requintado que efectivamente é, muito ao gosto da vanguarda consumidora da época. Na base, carimbo a azul da manufactura de Karlsruhe e 2900 [modelo], Made in Germany.
Data: 1925 Dimensões: 15 x 9,5 x
O artista suíço Paul Speck (1896-1966), depois de ter estudado pintura, foi, em 1914, para Munique, onde estudou com o pintor Stanislaw Stückgold (1868-1933) e, depois, na escola Debschitz, de 1917 a 1919 (?), onde se especializou em cerâmica, tendo aberto estúdio próprio em Munique, que funcionou até 1924. Nesse ano tornou-se chefe num departamento de cerâmica da manufactura de Karlsruhe, cargo que ocupou até 1929, ano em que foi nomeado professor de escultura na Escola de Artes Aplicadas do Estado de Baden. Por razões políticas foi demitido em 1933 pelos nazis, pelo que regressou ao seu país, onde trabalhou como escultor.
Paul Speck contava-se entre os artistas progressistas de Karlsruhe que, a par de Max Laeuger e Ludwig König, modernizaram o programa de produção da fábrica. Enquanto ceramista, Paul Speck revolucionou a área da cerâmica utilitária recorrendo ao uso de formas cúbicas mais despojadas, como o exemplo que hoje mostramos, segundo as influências do Deutscher Werkbund (1907-38), de que Max Laeuger foi um dos fundadores, e da Bauhaus (1919-33).
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