Caixa art déco de faiança moldada, oitavada, com decoração regular abstracta, de pendor vegetalista, estampilhada e aerografada, a verde, azul e preto sobre branco. O mesmo desenho repete-se, com as cores verde e azul alternadas, em cada uma das faces, e os ângulos, em cima e em baixo, são marcados por elementos a preto. A tampa é quadripartida visualmente por ornamentos com as mesmas cores alternadas. No fundo da base carimbo castanho «Villeroy & Boch» «Bonn» e, a preto, «D.1134.» sobrepujando «23». Inscrito na pasta «3211», «14» e FA».
Data: 1920
- 1925
Dimensões: Alt.
7 cm x Ø 11 cm
O
desenho encontra-se perfeitamente delineado pelo recorte de cada uma das
estampilhas, com cada cor uniformemente aplicada a cada um dos elementos
compositivos, que assim se recortam claramente sobre o branco de fundo. Como já
aqui escrevemos, esta solução não parece ser muito frequente nas decorações
alemãs, aproximando-se mais das congéneres francesas.
Na
repetição simétrica e regular de cada uma das partes vagamente vegetalistas,
que diríamos lotiformes para os elementos centrais de cada face, há uma sugestão
de agitação, sobretudo na composição que preenche a tampa, com um movimento
rotativo em torno de um eixo central, em gironado, como se diz em heráldica.
É no reconhecimento desta dinâmica que, a nossos
olhos, se vê a herança do Futurismo, em particular nos trabalhos do pintor italiano
Giacomo Balla (1871 – 1958), ou mesmo de Fortunato Depero (1892 – 1960). Mais um exemplo da adaptação das vanguardas
artísticas à estética art déco alemã.
A Villeroy & Boch compra a fábrica de faiança de Franz
Anton Mehlem, em Bona (Bonn), quando a região do Sarre, onde se localizavam as
suas unidades fabris de Mettlach e Wallerfangen, foi concedida à França, em
1918, na sequência da Grande Guerra. Esta fábrica funcionou de 1920 a 1931. No entanto, a
partir de 1925 abandona a produção industrial de cerâmica utilitária e
decorativa para passar a produzir peças sanitárias. A Grande Depressão levou ao
seu enceramento.
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