Jarra de porcelana moldada, em forma de balaústre, com 4 pequenas asas a negro na parte superior do bojo. De cor branca, é decorada com flores e frutos policromos que pendem do bocal sobre fundo inicialmente a preto. No fundo da base, dado ter sido furada para adaptação a candeeiro, não tem marca, embora fosse a marca nº 31: carimbo V.A. (1924-1947). Inscrito na pasta «13» e pintado à mão «33» (?).
Data: 1929
Dimensões: Alt.
25 cm
Faz
este mês 14 anos que adquirimos a presente jarra. Hesitámos comprá-la quando a
vimos à venda num ajuntador (loja/armazém de velharias) ao Conde Barão. Tinha
sido transformada em candeeiro com uma guarnição metálica de gosto duvidoso
(temos consciência da subjectividade da afirmação, mas…) envolvendo base e
bocal. Desmontada a estrutura metálica e lavada ficou com muito melhor aspecto,
apesar do bárbaro buraco no fundo da base que mandámos restaurar. Valeu a pena.
A peça recuperou a dignidade perdida.
Podemos
ler em MAFLS que se trata do motivo decorativo P.799, aprovado em 22 de Janeiro
de 1929 pelo director artístico da Vista Alegre, J. Cazaux, para este formato,
o 1169 (jarra Quatro Asas), e que a pintura foi executada por Ângelo Chuva a
partir de um modelo adquirido pela empresa.
De
facto, o modelo foi desenhado por Joseph Chéret em 1893, para a Manufacture
National de Sèvres, onde recebeu a designação «Vase de Bourges», que se ilustra
com uma decoração Art Nouveau de1903 com penas de pavão.
No cômputo geral das importações de modelos
estrangeiros, como já tivemos oportunidade de escrever e ilustrar, será a Manufacture National de Sèvres, sem dúvida, a grande fornecedora, tanto de
formas como de decorações, para a fábrica Vista Alegre nas décadas de 20 e 30.
Sendo uma forma do período Arte Nova, em Portugal,
pelo menos, foi mantida no período Art
Déco com decorações várias reflexo do sucesso que terá tido.
Sem comentários:
Enviar um comentário