Escultura decorativa de porcelana moldada e relevada
em forma de peixe, cor de laranja, com apontamentos a ouro. No fundo da base,
carimbo cinzento com EC sobrepostos inscritos num quadrado na oblíqua.
Data: c.
1935
Dimensões: alt. 8 cm x comp. c. 15 cm x larg.
c. 5,5 cm
Para
além de toda uma produção faunística ora mais naturalista, que tanto servia os
interesses de zoólogos e naturalistas como os gostos de amadores empenhados,
ora mais estilizada e em versões mais decorativistas, em função das estéticas
vigentes, um pouco por toda a Europa, diferentes fábricas e ateliers artísticos de cerâmica criaram um
sem número e variedade de animais. Já tivemos oportunidade de ilustrar uns
quantos. Uma dessas correntes, muito activa nos anos de Entre Guerras, que,
aliás, terá tido muito sucesso junto do grande público, parece ter usado o
universo da ilustração de livros infanto-juvenis, da banda desenhada e do
cinema de animação para criar objectos tridimensionais, com meras funções
decorativas, como é o caso do peixe de hoje, ou funções específicas - veladores
e caixas, por exemplo - como também ilustramos, em produções francesas. Trata-se
de peças lúdicas, divertidas e optimistas que não parecem ter sido
exclusivamente pensadas em função, mais circunscrita, da decoração de
interiores de espaços dirigidos a crianças, mas antes como apontamentos de bom
humor a fazer esquecer quer o horror da Grande Guerra, quer, depois, as agruras
da Depressão.
O optimismo e a profusão de escultura animalista
são características do Art Déco nas
suas diferentes declinações estéticas. Neste exemplar nacional, mais uma vez se
documenta uma aproximação ao barroco, no movimento pronunciado e no exagero das
características anatómicas do animal representado, sobretudo no gigantismo das escamas,
e na teatralidade burlesca da forma.
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