Jarra art déco
de faiança moldada, cor marfim ou creme, vagamente em forma de flor de lótus estilizada
e geometrizada, com quatro lados, configurando, em planta, um rectângulo cujos
ângulos foram cortados por uma incisão em ângulo recto, que se prolonga sobre pé
saliente oitavado onde se dissolve. O bocal é realçado por gola ondeada em
relevo. No fundo da base, carimbo azul Gilman
& Ctª – Sacavém e Made in
Portugal. Inscrito na pasta, num lado, 68 e no lado oposto 14 (?).
Data: c.1935-40
Dimensões: Alt.19 cm x comp.18,2 cm x
larg.12,2 cm
Esta
peça aparece nas tabelas de preços de faianças decorativas, 1941 a 1966, sob o nº
68, com a designação de «Vaso quadrilongo». Como se vê, foi uma jarra cuja
produção se manteve muito para além da cronologia do estilo art déco que lhe deu forma. Situação,
aliás, comum a outras peças desta fábrica como já tivemos oportunidade de
constatar em outros modelos, como foi o caso da jarra caçadores, sobretudo na
sua variante a branco e ouro. E tal como esta última, também vai perdendo força
ao nível da forma com as aplicações a ouro ou com as decorações florais que lhe
vão sendo apostas.
A
título de exemplo, na tabelas de preços de1941 a 1945, a produção limita-se a peças
coloridas sem ouro, respectivamente a 30$00 e 53$00. Em 1951 a paleta diversifica-se
e aparecem-nos cores mates ou coloridos sem ouro, a 61$00, coloridos com ouro,
a 73$00, e azul-sèvres ou verde com ouro, a 146$00. Em 1958 regista-se o preço
de 80$00 para peças de pintura simples com flores.
Curiosamente
parece que a designação que recebeu na FLS lhe advém da tradução linear do
francês ou do inglês vase, pois em português
nunca um recipiente para receber flores cortadas receberia a denominação de vaso.
Assim, o anglicismo (por ser a fonte mais provável em relação a Sacavém)
indicia-nos uma possível importação inglesa do modelo.
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