quarta-feira, 20 de junho de 2012

Prato art déco com dois pássaros de Géo Condé para a K et G Lunéville - França


Prato de faiança moldada com decoração policroma, estampilhada e aerografada, estilizada ao gosto art déco, com representação de dois pássaros sobre ramagens e folhagens curvilíneas que saem de um cesto. No verso, carimbo verde K et G Lunéville France. Inscrito na pasta PO (?).
Data: c. 1925
Dimensões: Diâm. 27 cm


Sobre o seu autor, Géo Condé (1891-1980), e das produções que realiza em simultâneo para as fábricas Lunéville, Saint-Clément e Badonviller, já aqui escrevemos anteriormente, e do seu trabalho e técnica apresentámos duas peças distintas.



O exemplar de hoje traz-nos uma das vertentes, que diríamos forte, das nossas colecções: peças cuja decoração é feita com recurso à estampilha e ao aerógrafo, de que também já aqui tivemos oportunidade de mostrar alguns exemplares alemães e portugueses.

 A combinação destas duas técnicas, rápidas e económicas, no período de grandes dificuldades financeiras que se seguiu à I Grande Guerra permitiu que as fábricas de cerâmica, sobretudo faiança, por um lado, respondessem aos efémeros fenómenos de moda dos loucos anos 20, por outro lado, explorassem os diversos caminhos da modernidade artística que se impunham num quotidiano ávido de novidade. Ao produzir e vender a baixo custo, dava-se a possibilidade das classes menos favorecidas acederem a objectos modernos e de apreciável qualidade plástica, e que a produção mais rarefeita da porcelana haveria de seguir o exemplo dada a sofisticação artística a que se chegou na utilização destas técnicas baratas, que ameaçavam a sua produção manual mais elitista.

Mas se a produção francesa aposta num desenho claramente delineado, plano, de cores fortes, sem nuances e degradés, caso do prato de Géo Condé de hoje, cujo desenho é límpido no seu recorte e cores bem evidenciadas, pelo contrário, grande parte da produção alemã aposta no sentido inverso, apresentando propostas mais vanguardistas, como também já escrevemos, que tiram o máximo partido dos esbatidos que a pulverização com o aerógrafo proporciona. Tentaremos continuar a ilustrar estas duas correntes e os seus reflexos na produção nacional.

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