Jarra de grés moldada, de gramática Arte Nova, não assinada, no
gosto de Dalpayrat, com decoração vegetalista, relevada e parcialmente
recortada, que se concentra numa das faces, mas que envolve o bocal num
ondulado irregular. A composição vegetalista, com flores, ganha contornos
abstractizantes graças ao tipo de esmaltes utilizados, muito espessos, que
serão duas camadas, uma cinzento–esverdeada recoberta por cor sangue-de-boi
aclarado que não ficou uniforme, deixando transparecer a cor base que, por
vezes, a pontua com manchas esverdeadas. Os esmaltes, que escorreram
irregularmente, deixaram em reserva parte da pasta junto à base. Não apresenta
qualquer marca, mas será francesa.
Data: c.
1890-1900Dimensões: alt.:29 cm
Japonizante, tanto na forma como na decoração, em que o recortado ajouré parcial dos elementos vegetais, ao permitir ver a cor do interior, lhe atribuiu uma atractividade suplementar, esta jarra é uma daquelas peças em que apetece tocar, sentir a forma e as texturas, dada a grande sensualidade que dela emana.
Não nos parece objecto de fabrico em série, tanto
mais que no interior se concentra parte do material proveniente do recorte das
flores que ficou envolvido pelo esmalte. Assim sendo, tratar-se-á de uma peça de
autor feita num dos muitos ateliers artísticos que à altura produziam objects d’art.
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