Jarra art déco
de faiança moldada, em forma de bolota, vidrada a preto flambé, com decoração incisa de folhagem e flores estilizadas na
metade superior. Vidrado interior cor cinza-celadon. Na base, em relevo, StC –
FRANCE S40 BIS GRAVÉ
Data: c. 1930Dimensões: alt. 20 cm
Trata-se de um modelo criado por Géo Condé, artista sobre
o qual já escrevemos, para a fábrica Saint-Clément, onde foi produzida em
faiança, e para a Mougin-Nancy, que a produziu em grés (ver foto retirada da net)
De facto, as jarras de CMP lembraram-nos,
imediatamente esta peça. Tanto mais que estivemos para adquirir a versão
colorida. O negócio não se concretizou por motivos que desconhecemos, dado a
peça ter estado reservada para nós, por intermédio de um amigo, e cujas
fotografias, enviadas pelo vendedor, aqui reproduzimos.
Tínhamos especial interesse na jarra EC-Candal
porque ao possuirmos o referente francês (infelizmente apenas na versão “pobre”
de faiança) que lhe serviu de inspiração, era pertinente ter também a sua
tradução portuguesa. É que as flores, de raiz popular, são, quanto a nós, inspiradas nas criadas
por Géo Condé para a peça que hoje publicamos.
Tal como as peças e as fábricas “dialogam” entre si,
também nós, como vem sendo nosso hábito, gostamos de dialogar com os demais
blogues que versam estas temáticas. Quem lucra é o conhecimento que se vai
adquirindo da cerâmica feita em Portugal e do contexto internacional em que se
situa, objectivo central do nosso blogue.
Desta vez, não estamos de acordo com CMP acerca de uma
possível influência inglesa. Na verdade, pensamos que quer os modelos quer as
decorações de Clarice Cliff se opõem, quer quanto ao espírito quer quanto à
forma, às criações do artista francês. Todavia, concordamos em absoluto que é o tipo de decoração que se encontra em muito do mobiliário da época, e que, sobretudo em Portugal, teve um enorme e longo sucesso popular.
3 comentários:
Caros AM-JMV,
por muito saborosa que fosse a polémica, acho que ainda não é desta ;)
Concordo inteiramente com vosso último parágrafo e considero ainda que a peça da E-C Candal tem um desenho mais rigoroso e eficiente do que a peça francesa, claro que a porcelana permite uma aproximação técnica com outras qualidades. A referência a Clarice Cliff é apenas suscitada pelo esquema cromático usado na versão colorida. Esquema esse que, mantenho, nada tem de francês, antes pelo contrário.
Saudações,
CMP*
Cara CMP,
Que maçada! uma boa peixeirada cerâmica seria melhor que um livro do Astérix. Mas não vai ser desta. Concordamos inteiramente com o que diz agora. ;)
Cumprimentos
Peixeirada cerâmica, é muito bom!!! Temos que pôr mãos à obra ;)
Enviar um comentário