Jarra de faiança moldada, de formato ovóide recortada de forma ondeante, formando como que uma pega, cuja base branca foi decorada, a três cores. No exterior, uma faixa amarela sinuosa, debruada a branco, destaca-se sobre um fundo preto onde foram livremente esgrafitadas estrelas de cinco pontas. O interior recebeu um laranja forte. Na zona de recorte, o branco marca a transição entre cores. Na base, carimbos dourados Aleluia-Aveiro e Fabricado Portugal e, pintado à mão, a preto, x, dentro do primeiro carimbo, e 668-B.
Data: c. 1955Dimensões: alt. c. 19,5 cm x larg. c. 9 cm
A escolha de hoje incide sobre uma jarra que consideramos muito importante na produção da Fábrica Aleluia-Aveiro, de meados dos anos 50, não só pelo forte impacto plástico, como pelas leituras interpretativas que dela podemos fazer, sobretudo porque presentes noutras peças desta época.
Reinterpretação moderna do legado moderno que foi à época a Arte Nova, neste exemplar está implícita a organicidade abstracta desse estilo fluido e curvilíneo, tanto na forma como na decoração. O seu autor, na composição que interpretamos livremente como um caminho ou fumo sob um céu nocturno estrelado, demonstra conhecimento dos movimentos artísticos, de cerca de 1900, como o Simbolismo e suas desinências, caso dos Nabis, de que Maurice Denis (1870 - 1943), aqui ilustrado, é exemplo, e outros artistas próximos da Arte Nova, como o pintor húngaro Joseph Rippl-Ronai (1861-1927), que fez cerâmicas para a célebre fábrica Zsolnay, de que apresentamos também uma jarra.
2 comentários:
Adoro a peça. Obrigada pela partilha da colecção e conhecimento.
Ana A.
Obrigado Ana A. Esperamos apresentar algumas mais que, pensamos, serão também do seu agrado.
Cumprimentos
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