Jarra Arte Nova de porcelana moldada, em forma de balaustre, de
cor verde-cinza pálido manchado, decorada por um pé de dente-de-leão com três hastes florais já em
fruto (aquénio), circundando parcialmente o bocal baixo, e igual número de
folhas serrilhadas verde-cinza escuro, que se agitam como chicotes. No fundo da
base, carimbo verde «Rörstrand», envolvido por 3 coroas, e,
pintado à mão, «G.A.» (autor) e «5545» (modelo). Inscrito na pasta «I».
Data: c. 1900
Dimensões: Alt.
18 cm x Ø máx. 10 cm
Os
pompons formados pelos penachos brancos que coroam as sementes, dispostas em
esfera, do dente-de-leão (Taraxacum officinale), encantam crianças e adultos. É difícil resistir
a não apanhar um para, com um sopro, dispersar os etéreos paraquedas que levados
pelo vento espalham as sementes da planta. À sua beleza em fruto também não
ficaram indiferentes os artistas plásticos.
Foi o caso do autor deste exemplar, Georg Kristian Asplund
(1873 - 1963), que começou a sua carreira como estudante de pintura
sobre porcelana na Rörstrands
Porslinsfabrik, em 1891, e pintor de porcelana especializado nos
anos 1898-1911 na mesma fábrica.
O japonismo é evidente nesta decoração Art
Nouveau, com o elemento vegetal a revestir parcialmente o bojo da jarra.
Uma vez mais, como já havíamos escrito a propósito de exemplares pâte-sur-pâte
desta fábrica sueca, encontramos reproduzido um elemento da flora local,
espécie, aliás, comum a toda a Europa, mas aqui representada numa agitação
nervosa contrária à natureza da própria planta. As folhas são silhuetas
reconhecíveis mas não naturalistas, tal como os frutos, reduzidos à geometria
do círculo e regularmente alinhados no topo do bojo.
Este
arrojo de linhas, tanto do agrado da estética Art Nouveau, acaba por dar
uma ressonância estranha à representação, afastando-a do naturalismo
habitualmente empregue.
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