Cesto para
pão de faiança moldada, de forma oblonga contracurvada numa forma próxima de um
8, com asa de verga. Exterior e covo de cor creme, com o interior da aba com
escorridos cor-de-laranja, de esmalte à base de urânio, em dois tons. No fundo da base carimbo triangular preto
da manufactura Carstens-Uffrecht, sobrepujando «DEK. 6». Carimbado «Form 409» no
alinhamento do vértice do triângulo.
Data: c. 1930
Dimensões: Comp. 26,5 cm x Larg. 16,5 cm x alt. 6 cm
(c. 16 cm com asa)
Não seria o tipo de peça que comprássemos mas foi-nos
oferecida por uma alemã vendedora de velharias, por lhe termos adquirido três
jarras da mesma fábrica e série. Todavia, veio a revelar-se-nos particularmente
interessante pois assemelhava-se a peças que conhecíamos de fotografias da
produção da fábrica portuguesa do Carvalhinho, disponíveis no Museu de Cerâmica de Sacavém - Centro de Documentação
Manuel Joaquim Afonso, a quem agradecemos a cedência das imagens.
Acresce também que, em 22 de Maio passado, o blogue CMP -
quem nos segue sabe que gostamos de interagir com outros blogues congéneres, e
em particular com este - postou um interessante artigo sobre a produção
Carvalhinho, pretexto também para o Moderna
Uma Outra Nem Tanto avançar com a sua própria reflexão. Tanto mais que essa
produção nacional, um pouco mais tardia, reflecte, uma vez mais, a influência
do que se fazia na Alemanha nos inícios dos anos 30 e mesmo no pós-Guerra. Tudo
em consonância com o que temos vindo a revelar neste blogue.
A aquisição de peças ou recolha de
imagens de várias fábricas alemãs no período que mais nos entusiasma, o de
Entre Guerras, origem de tantas formas e decorações de produção nacional, é um
dos objectivos da nossa colecção como já terão percebido. Auxilia-nos, de
facto, a melhor compreender, a vários níveis, a produção nacional e até a
própria mentalidade vigente no Portugal de então.
Apresentamos uma análise visual comparativa onde
peças da produção da Fábrica Carvalhinho são postas em confronto com outras
idênticas, ou variantes de diversas fábricas alemãs (Bückeburg; Carstens; Dümler &
Breiden; Jasba; Schmelzer & Gerike; Villeroy & Boch).
Observa-se que há toda uma linguagem familiar, art
déco de inspiração bauhausiana, aplicada a objectos que, mesmo com funções totalmente diferentes, remetem
para formas semelhantes. Também as decorações a aerógrafo ou de escorridos
concorrem nesse sentido. É o caso da caixa Carvalhino que se aproxima
formalmente do aquecedor para bule de chá da Carstens.
Se não serão exactamente iguais, é apenas porque não
conhecemos, ou não tivemos acesso a imagens que ilustrem a totalidade da
criação alemã, pois temos a certeza (quase) absoluta que os arquétipos
germânicos existem.
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