Data: 1932
Dimensões: Larg. 28,5 cm x alt.
12 cm
Trata-se de uma bilheteira
do escultor e ceramista, Christian Heuser, nascido em 1897 em Aschaffenburg, produzida de 1932 a 1935.
Heuser estudou nas escolas de artes aplicadas de Partenkirchen e de Munique e na Academia de Artes Aplicadas desta cidade. Por volta de 1930 cooperou com a Manufactura de Cerâmica de Karlsruhe. Entre a sua diversificada produção destacam-se os trabalhos de cerâmica que fez para a principal estação de caminhos- de-ferro de Frankfurt am Main.
Heuser estudou nas escolas de artes aplicadas de Partenkirchen e de Munique e na Academia de Artes Aplicadas desta cidade. Por volta de 1930 cooperou com a Manufactura de Cerâmica de Karlsruhe. Entre a sua diversificada produção destacam-se os trabalhos de cerâmica que fez para a principal estação de caminhos- de-ferro de Frankfurt am Main.
Tal como Matha Katzer ou
Paul Speck, de quem já apresentámos peças, Heuser é bem um exemplo da tensão
entre a teoria propugnada pela Bauhaus, em 1919, e os reajustamentos a que as
necessidades da produção industrial obrigaram.
A produção em série de
cerâmica utilitária da Bauhaus começou nesse mesmo ano com o ideal de um
regresso ao artesanato. Tal como num atelier
medieval, a arte era vista como extensão do engenho e resultado de uma união de
esforços.
O atelier cerâmico da Bauhaus começou assim em Dornburg, com o
objectivo declarado de um renascimento da antiga artesania. No entanto, em
1922, pôs-se em questão este desiderato e reconheceu-se que a indústria, com as
novas técnicas poderia melhorar a produção e aumentar as vendas. A partir de
então, e não esquecendo os seus princípios, vai reorientar-se no sentido de uma
cooperação prática com a indústria.
Nicola Moufang, então
director da Karlsruher (1921-1928) segue também neste sentido e, somente por
questões económicas, vai promover a produção industrial de cerâmica utilitária.
Tornava-se evidente que a criação artística teria que ser diferente da
utilizada na olaria tradicional. Novos moldes adaptados a novas tecnologias
tinham que ser concebidos indo ainda de encontro aos novos gostos estéticos tanto modernistas como art déco.
Os modelos criados vão
receber uma publicidade adequada à época. Assim, nos folhetos promocionais da fábrica
aparece um novo conceito: “Fröliche
Sachlichkeit”, ou seja, “Objectividade feliz” sendo que objectividade era o novo design que se traduzia em formas
práticas e sóbrias e na ulização de um número restrito de esmaltes. Feliz, pelo emprego de cores ténues.
O objectivo era, nas
palavras dos publicitários, propor um “artesanato seminatural, sem naturalismos ultrapassados”. Como se vê, esta
formulação mostra bem a tensão entre a tradição artesanal e a nova maneira
simplificada de trabalhar.
A bilheteira que hoje
apresentamos –“bilheteira com forma refinada”- na publicidade de então, é bem
um exemplo do que anteriormente escrevemos.
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