Jarra de faiança moldada, bulbiforme, com decoração
relevada de bodelhas e estrelas-do-mar. Duas asas em anel no estrangulamento do
colo. Sobre a cor bege, apontamentos a ouro realçam, em parte, as estrelas-do-mar
e as asas e circundam pé e bocal. No fundo da base carimbo a castanho «Aleluia
– Aveiro» com «i» manual, a ouro, ao centro, e, pintado à mão, também a ouro, «X167-A»
Data: c.
1965
Dimensões: alt. 11 cm
O «X» indica a presença de apontamentos a ouro, seguido
de «167», que será o número do modelo, e a letra «A» a indicar que se trata da
primeira de uma série.
Quase sempre afinamos a datação por características
estilísticas, e neste caso até a situaríamos na década de 1940, devido à
linguagem tardo art déco da forma,
apesar de contrariada pela agitação quase Arte Nova dos elementos ornamentais, Porém,
avançamos para meados da década de 1960, na sequência do comentário de CMP aquando
do peixe postado em 27 de Abril deste ano. Qualquer informação que nos possam
fazer chegar, agradecemos.
A decoração em relevo remete, mais uma vez, para o ambiente
marinho enquanto tema recorrente da Fábrica Aleluia-Aveiro. A maré desceu,
ficaram caídas as bodelhas (Fucus vesiculosus L.), espécie de alga comum nos enrocamentos do litoral
e estuários do país, que preenchem a superfície da peça com as suas
ramificações onduladas e vesículas (mais precisamente aerocistos) cheias de ar, deixando entrever
estrelas-do-mar. Um universo que traz para a esfera doméstica a lembrança do
labor na ria de Aveiro e no litoral circunvizinho a que muita da população local
se dedicava. Memórias de trabalho árduo mas também de uma natureza bela e generosa
cristalizadas na produção cerâmica local.
Sem comentários:
Enviar um comentário