Jarra de faiança moldada cuja forma remete para um bivalve entreaberto, tipo mexilhão, apesar da simetria aparente das “conchas”, com parte exterior aerografada a verde-seco seccionada por uma malha reticulada de linhas incisas a preto. Interior a ocre alaranjado, aplicado também a aerógrafo, esbatendo-se para o interior. Rebordo a branco. No fundo da base, carimbo preto Aleluia-Aveiro, com «x» preto pintado à mão ao centro. Igualmente pintado à mão, também a preto, «585» e «A».
Data: c.
1955-65
Dimensões: Alt. 12,7 cm
Poderíamos defender a possibilidade deste
biomorfismo de criatura marinha se integrar na representação da vida do litoral
e da ria de Aveiro, tantas vezes motivo de inspiração para os artistas das
fábricas Aleluia, como já justificámos em outras peças ilustradas neste blogue,
produzidas nas várias épocas e estilos.
No entanto, cremos não ser o caso, pois
inclinamo-nos mais a ver nele uma influência internacional das freeforms contemporâneas, que se
constacta ser transversal neste tipo de produção da Aleluia-Aveiro balizada
entre cerca de 1955-1965. O que nos parece ser distintivo nesta produção
nacional é a paleta cromática e decorativa que reputamos de mais arrojada que
muitas das suas congéneres estrangeiras.
Tratar-se-á, como em outros já postados, da primeira decoração, identificada pela letra «A», de uma série, aplicada ao modelo «585». Aliás, não deixa de ser curioso verificarmos que o acaso nos tem feito chegar à colecção exemplares maioritariamente da opção decorativa inicial de cada série.
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