Jarra dupla, de faiança moldada, contracurvada em
forma de 8, estreitando em direcção à base. Sobre os vidrados a azul e amarelo
pálidos, com lustre, que acentuam a divisão da peça em duas partes, recebeu nas
superfícies exteriores um grafismo (estampilhado manualmente?) a preto de caules
filiformes, aparentemente paralelos, com folhas lanceoladas, estilizadas, cujos
limbos são tracejados a castanho na cor amarela e a branco na cor azul. As
superfícies dobram para o interior mantendo as mesmas cores sem decoração. Na
parte central, sobrelevada, uma abertura oblonga, cujo interior foi destacado a
cor-de-laranja. Rebordo do bocal duplo a branco. No fundo da base, carimbo
castanho «Aleluia Aveiro» com um «Il» pintado à mão, a preto, sobrepujando
carimbo da mesma cor «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo, e, à mão, a
preto, 750-A.
Data:
c. 1955
Dimensões: alt. 14 cm x larg. 14,5 cm x 5,5 cm
Mais uma vez a numeração, «750», indica-nos o modelo
e o «A» corresponde à decoração, a primeira de toda uma série, correspondendo o
«II» ao pintor.
A forma, que se aproxima da de um
cesto duplo com a alça furada para poder ser pendurado, apresenta um movimento
da torção muito expressivo. Porém, o dinamismo da forma parece ser contrariado
pela rigidez um tanto formal dos elementos decorativos vegetalistas
graficamente estilizados que, paradoxalmente, cumprem um ritmo óptico de
escola. De facto, a depuração gráfica do desenho não podia ser mais anos 50
seguindo as tendências internacionais de então.
A paleta cromática suave,
nos seus tons pastel nacarados, é dramaticamente contrariada pela abertura
oblonga realçada a laranja forte, a cor mais característica, em nossa opinião, da
produção moderna freeforms, da
Fábrica Aleluia-Aveiro do período.
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