Prato de cozinha de faiança moldada, formato circular com aba larga e lisa. Decoração central estampilhada e aerografada, policroma, sobre fundo branco vidrado, onde se destaca um bouquet naturalista de chagas em flor, a amarelo e rosa-velho, com respectiva folhagem verde, sobre um subtil esfumado cinza-azulado. Bordo com barra aerografada a cor-de-rosa que se esfuma em direcção ao centro. No fundo da base, carimbos verde Gilman & Ctª – Sacavém – Portugal, «V» e «947».
Data: c. 1930-35
Dimensões: Ø 34,4 cm x alt c. 5,5 cm
De acordo com a imagem que ilustramos do catálogo de desenhos da Fábrica de Loiça de Sacavém,
existente no Centro de Documentação do respectivo Museu (MCS-CDMJA), a quem
mais uma vez agradecemos, trata-se da decoração nº 947, para malgas e
pratos de cozinha.
O sucesso alcançado por este tipo loiça
utilitária com decoração a aerógrafo, levou a que fosse produzida num período
longo de tempo. O caso mais flagrante terá sido o motivo de rosas abertas, já
ilustrado, que perdurou durante cerca de 40 anos, em pratos e, sobretudo, em
malgas (saladeiras). O motivo de capuchinhas foi retirado, como indica o «R» a azul escrito na folha do catálogo, mais cedo, embora em data desconhecida.
No caso de hoje, o motivo floral, representa uma
planta originária da região andina da América do Sul, a capuchinha (Tropaeolum majus), também conhecida por chagas, flor-do-sangue, agrião-do-méxico,
nastúrcio, nastúrio, nastruço do Perú. É uma
planta muito decorativa, com flores que podem ser de cor amarela, laranja ou
carmim (estas mais raras), e também comestível. Era muito utilizada como planta
medicinal na região dos Andes. Na sua América natal é plurianual, e,
curiosamente, na Europa, para onde veio trazida no século XVII pelos
conquistadores espanhóis, aclimatou-se muito bem e tornou-se anual.
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