Jarra de faiança moldada composta pela justaposição de formas geométricas. O bojo ovaloide alongado, de cor verde-água pálido, é cortado por incisões verticais realçadas a preto, conferindo à superfície uma aparência gomada. Assenta em pé troncocónico verde. Um colo cilíndrico, da cor do pé, é rematado por bocal a verde-água, com interior a preto. No fundo da base, carimbos a preto «Aleluia Aveiro», sobrepujando «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo. Pintado à mão, igualmente a preto, 706-A.
Data:
c. 1955
Dimensões: alt. c. 19,6 cm x larg.c. 10 cm
Trata-se do modelo nº 706 e da decoração A, ou seja,
a primeira de uma série. A peça, da década
de 50, da produção da fábrica de cerâmica Aleluia - Aveiro, explora propostas
próximas de modelos da Bauhaus. As formas de sólidos geométricos são, neste
caso, realçadas pelos fortes contrastes cromáticos entre os dois tons de verde
e pela incisão gráfica pintada a preto.
O
grafismo vertical, ao alargar a meio do bojo, cria um efeito visual dinâmico que
encontramos em muitas das decorações alemãs da República de Weimar, sobretudo
aerografadas, que aqui se integra já numa estética próxima da Op Art. Assim, paradoxalmente, a forma
estática da jarra cristaliza o movimento da decoração petrificando-o numa
rotação hipnótica.
Por
outro lado, ecoa a lembrança oriental, no classicismo da forma, ao remeter para
uma reinterpretação das lanternas de papel de arroz.
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