A peça de hoje levanta-nos algumas interrogações quanto à sua função.
Estamos em crer que se trata de uma floreira de
suspensão parietal, ao gosto art déco,
em forna de fontanário, de faiança moldada e relevada, em que a placa
apresenta, em relevo, uma mulher nua, certamente Vénus, segurando um véu atrás,
com um joelho por terra enquanto se olha (ou emerge) na concha do tanque que
apresenta, também em relevo, um pequeno golfinho de igual inspiração clássica. De
cor base castanha recebeu uma aguada de esmalte verde-seco, mate, que lhe dá
uma pátina de bronze. No verso, na pasta, carimbo AJ inscrito num
círculo sobrepujando Hoganas (marca utilizada desde cerca de 1920 a finais dos anos
50)
Data: c. 1925 - 30
Dimensões: Alt. c. 28 cm x larg. 18 cm (larg. inferior 24 cm)
Na produção sueca dos anos 20 e 30 o imaginário de
inspiração clássica e marinha são das características principais do art déco e da swedish grace, como já
tivemos oportunidade de referir a propósito de peças da Gustavsberg.
Como habitualmente, as nossas escolhas recaem em
objectos de países que conhecemos eles tornam-se, assim, os nossos souvenirs de viagem.
A fábrica de cerâmica Höganäs foi fundada em 1909,
uma parceria entre o mestre oleiro Sigfrid Johansson com o especialista
em vidrados Karl
Andersson. Desta colaboração de fabrico de grés haveria de
nascer uma das mais importantes fábricas do design
moderno sueco.
Conhecida inicialmente por Andersson & Johansson, começou por
ser uma modesta fábrica de produtos de
cerâmica.
Nos anos 20 a fábrica é ampliada e
organiza uma exposição no
Museu Röhsska em
Gotemburgo, em 1925, para mostrar as suas peças decorativas com um tipo de acabamento
mate muito característico.
Será na década seguinte que a empresa
lançará a sua primeira coleção de cerâmica de uso
doméstico, com peças de ir ao forno.
Nos
anos 40 duplica as suas instalações em novo local produzindo uma ampla colecção
de cerâmica artística que apresenta em várias exposições.
Em 1967 começou a usar o nome comercial Höganäs Keramik. Por volta de
1990 a BodaNova adquiriu a empresa, que pouco depois passou para a Royal Scandinavia. Nos inícios dos
anos 2000, passa a integrar o grupo finlandês Iittala. A
fábrica foi fechada em 2008, deslocalizando-se a produção da Höganäs Keramik para
a China. Dois anos depois a New Höganäs Keramik é lançada com design concebido pela equipa sueca Front.
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